
Já se foi o tempo em que a advocacia precisava dominar apenas a prática jurídica, a oratória e a boa escrita. A advocacia capixaba entrou definitivamente na era da Inteligência Artificial (IA). Ferramentas digitais e novos métodos de gestão estão transformando a rotina dos escritórios no Espírito Santo e impulsionando o sucesso profissional dos advogados. Não deixa de ser, no entanto, um desafio, já que escritórios são e precisam se comportar como empresas. O Estado hoje tem cerca de 40 mil advogados. De olho nesses novos tempos, a ESA (Escola Superior da Advocacia) Business, o novo braço educacional da OAB-ES voltado para negócios, foi lançada nesta semana e já iniciou sua agenda de capacitação para advogados interessados em dominar as novas tecnologias com ética e estratégia.
Haverão cursos pagos e gratuitos, em modalidades online e presencial – no prédio da Ordem, no Centro de Vitória. O foco, além da IA, é em gestão de escritório, marketing jurídico, precificação de honorários, gestão de carreira, contabilidade, dentre outros temas para vinculados ao empreendedorismo.
Segundo o advogado Hygoor Jorge, diretor da ESA Business, a advocacia já percebe que precisa incorporar o uso de IA para otimizar processos e ampliar oportunidades. “A tecnologia não substitui o advogado, mas quem souber utilizá-la sairá na frente no mercado”, afirma.
Uma das inovações que chegam ao setor é o uso de avatares digitais, que podem reproduzir a imagem e a voz dos profissionais para divulgação de conteúdos e interação com clientes, mesmo quando o advogado está indisponível. Essa tecnologia, antes exclusiva de grandes empresas, agora começa a ser incorporada na advocacia como uma ferramenta estratégica de comunicação e posicionamento.
Entre os especialistas confirmados para as próximas atividades está Marcílio Drumon, referência nacional no uso de IA na advocacia.
A gestão baseada em dados também ganha relevância. Segundo Hygoor Jorge, a advocacia precisa adotar indicadores de desempenho (KPIs) para prever receitas, identificar gargalos e maximizar resultados. Segundo um estudo da McKinsey & Company, realizada em 2023, escritórios que adotam indicadores e ferramentas de gestão avançadas conseguem aumentar a eficiência operacional em até 40%. “O que não pode ser medido, não pode ser controlado. E o que não pode ser controlado não pode ser gerido”, destaca. A tendência é que a remuneração na advocacia se torne cada vez mais orientada por métricas qualitativas e quantitativas de produtividade , considerando desde a produção científica, relacionamento com clientes e até a performance nos tribunais.
“A ESA Business assume um papel central nessa transformação, oferecendo aos advogados capixabas acesso a conhecimento atualizado e ferramentas para uma atuação mais estratégica e eficiente. É a OAB olhando para a frente, para o futuro, pensando nesse mercado e no advogado. É uma grande novidade e estou muito orgulhosa em saber que é em nossa estão que a escola de negócios está nascendo”, finaliza a presidente Érica Neves.