A obra de coleta e tratamento de esgoto que a Cesan está fazendo em Santa Leopoldina não vai garantir a despoluição do rio Santa Maria, responsável pelo abastecimento da Serra e de outros municípios da Grande Vitória.
É que segundo o morador de Santa Leopoldina João Carlos Miranda, a rede de coleta do esgoto doméstico que está sendo implantada não vai atender os imóveis que ficam mais próximos ao rio. A residência de Carlos é uma das que está mais baixa do que o encanamento.
“Os canos estão bem mais altos que o nível das casas; então, como o esgoto vai descer? Procurei a Cesan, mas não tive explicação. O pior, depois, é pagar a taxa de esgoto na conta de água e não ter o tratamento. O rio vai continuar sujo”, disse.
A reportagem enviou os questionamentos do morador à Cesan há três semanas, mas até o início da noite de ontem (13) não obteve retorno. O rio Santa Maria abastece a maior parte da Serra, exceto a região da Sede, que desde outubro de 2017 passou a ser atendida pelo rio Reis Magos.
Apesar da importância, o rio Santa Maria sofre com poluição, assoreamento, carreamento de agrotóxicos e outros resíduos em suas cabeceiras. Tanto que na cidade vizinha à Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, houve derramamento de corante industrial, no dia 8 de janeiro deste ano, usado para tingir crivos de ovos.
O crime ambiental aconteceu na sede de Santa Maria de Jetibá e uma análise encomendada pelo setor de meio ambiente daquele município constatou contaminação do rio pelos ácidos hidroclorídrico e acético, além de acetato de dimetilamônico, substâncias contidas no corante violeta trimazol LM.