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Obra de represa para abastecer Grande Vitória pode começar este mês, diz Cesan

Rio Jucu na região de Viana em trecho pouco abaixo de onde será feito a represa, que terá água suficiente para 1,2 milhão de pessoas por seis meses. Foto: Bruno Lyra.

Deve começar até o final de agosto a construção de uma barragem no rio Jucu, manancial que abastece Vitória (a parte da ilha), Vila Velha, Cariacica e parte de Viana. Embora não venha água do Jucu para a Serra, a barragem pode beneficiar indiretamente a cidade, pois alivia a demanda sobre o rio Santa Maria – principal fornecedor do líquido aos serranos e que também atende os moradores da capital.

A informação de que a obra pode começar até o final deste mês foi passada por representantes da Cesan aos membros da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do ES (Ales) em reunião pela internet ocorrida na última sexta-feira (14).

A barragem será implantada no Braço Norte do rio Jucu, no trecho próximo à Ponte da Macumba na BR 262, numa localidade conhecida como serra da Vista Linda. A localidade fica em Domingos Martins, perto da divisa com o município de Viana, este último já na região metropolitana da Grande Vitória.

Na reunião, cujo conteúdo foi reproduzido no site da Ales, representantes da Cesan informaram que a barragem terá capacidade de armazenar água o suficiente para atender  1,2 milhão de pessoas por até seis meses. O pessoal da concessionária acrescentou que a estrutura será projetada para que também possa ser usada como hidrelétrica no futuro e que há também a possibilidade da água para abastecimento descer por gravidade para a Grande Vitória.

Atualmente a captação no Jucu é feita na região de Caçaroca, perto da divisa entre Cariacica, Viana e Vila Velha. Ali, como é baixo por já estar perto do mar, é necessário bombeamento da água até as estações de tratamento e posterior distribuição aos consumidores. Além disso, neste trecho o rio já está com maior carga de esgoto. Diferentemente do local onde ficará a futura barragem em Domingos Martins, que é menos poluído.

O investimento previsto é de mais de R$ 100 milhões. Na reunião, a Cesan informou ainda que só falta concluir cerca de 5% das desapropriações para a implantação da barragem.

A estrutura até já foi batizada. O nome escolhido é Barragem dos Imigrantes, sendo alusivo ao fato da região ser uma das que receberam famílias europeias no século XIX, a maioria fugindo da pobreza na terra natal em busca de oportunidade no quase vazio Espírito Santo de então.

A barragem no Jucu foi anunciada pelo Governo Estadual logo após a superseca que atingiu o ES em 2015 e 2016, quando mesmo com a adoção de rodízío no abastecimento houve ‘apagão’ hídrico em pontos da Grande Vitória. Inclusive na Serra.

Impactos às pessoas e à natureza

Aumentar a segurança do abastecimento de água da Grande Vitória é o principal motivo da construção e também o maior impacto positivo. Assim como também é tido como positiva a criação do lago próximo à BR 262 na subida para Domingos Martins. A nova paisagem pode ajudar a incrementar turismo na região.

Mas há impactos negativos. Dentre eles a inundação de florestas ciliares, propriedades rurais, com perda de habitat de animais silvestres e ruptura da memória e identidade geográficas das pessoas que terão que deixar o local em que vivem.

Outro aspecto negativo é a transformação de um rio de fortes corredeiras num lago. Quando isso acontece há implicações sobre a qualidade da água. Por fim, propriedades rurais e localidades que ficarão abaixo da barragem vão virar zona de risco de inundação. Há de se considerar a possibilidade de rompimento da barragem.

Quando às medidas para amenizar os impactos negativos, os representantes da Cesan informaram, na reunião com os deputados, que será feito o reflorestamento do entorno do lago, resgate de fauna e implantado canal de comunicação com as comunidades impactadas.

Ainda falta parte da licença ambiental

A Cesan afirmou ainda que possui Licença Prévia expedida pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES (Idaf) e que já está sendo concluído o processo para obter  a Licença de Instalação. Sem esta última a obra não pode começar.

A Comissão de Meio Ambiente da Ales, que promoveu a reunião on line com a Cesan, tem como presidente o Deputado Rafael Favatto (Patri) e como membros efetivos Marcos Garcia (PV), Gandini (Cidadania) e Iriny Lopes (PT).

Redação Jornal Tempo Novo

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