Categories: Meio Ambiente

Obra emergencial para mar não derrubar poste gera polêmica em Manguinhos

A contenção feita para segurar o poste que ficava em rua engolida pelo mar, acabou ajudando a proteger uma das casas do balneário. Foto: Divulgação leitor/ Bruno do Valle

Na última semana a Prefeitura da Serra teve que fazer uma contenção emergencial para que um poste não fosse derrubado pelo mar, que está avançando e já começa danificar casas em Manguinhos.  Mas a ação acabou gerando controvérsia, pois ajudou a proteger uma das residências enquanto os vizinhos permaneceram com os imóveis expostos à força da maré.

Caso da família do empresário Buno do Valle, que cobrou ação do município para proteger as demais residências localizadas no trecho entre o Recanto do Profetas e o Vagão, o mais afetado pela erosão.

“Podia ter sido feito um negócio maior. Passei no local quando a Prefeitura estava fazendo o serviço e o encarregado disse que a obra era para impedir que o poste caísse. Mas protegeu uma casa e as outras seguem expostas”, aponta Bruno.

Bruno cobra do município que faça o engordamento de praia no trecho. Este projeto foi anunciado desde o ano passado e prevê a deposição de areia em trechos onde o mar avançou para alargar a faixa de praia em diversos pontos do litoral da Serra. E um desses pontos é justamente neste trecho da orla de Manguinhos.

Presidente da Associação de Moradores de Manguinhos, Guilherme Lima, que também defende o engordamento da praia, disse que foi uma coincidência a contenção emergencial do poste ter protegido somente uma casa.

“Era necessário fazer porque o poste ia cair. Sorte da casa que estava na frente, porque ganhou a proteção também. Mas o projeto que vai ajudar os proprietários dos imóveis afetados pela erosão é o do engordamento”, avalia o líder comunitário.

Prefeitura diz que ampliação de praia está em licitação

Em nota enviada na tarde desta segunda –feira (01) , a Prefeitura da Serra disse que a intervenção no poste não faz parte do projeto de engordamento, foi uma ação emergencial após a Defesa Civil identificar risco de queda. Segundo a Prefeitura a EDP também foi acionada.

Quanto ao enrgordamento, a nota informa que o processo licitatório está em andamento, mas não estimou data de quando o serviço começará. A areia virá das praias na foz dos rios Reis Magos, em Nova Almeida, e Jacaraípe.

Na nota, a prefeitura acrescenta que O Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) delegou competência para a Semma (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) licenciar as intervenções com as jazidas de Jacaraípe. Logo, as primeiras intervenções irão contemplar os trechos que serão engordados com esse material.

Segundo a Prefeitura, oito pontos em cinco balneários – Jacaraípe, Nova Almeida, Costa Bela, Marbela e Manguinhos devem receber a engorda. No site da Prefeitura, conta que em Manguinhos a faixa de areia ganhará 15 metros.

Surfistas e ambientalistas criticam projeto

Embora reconheçam a necessidade da adoção de medidas para a contenção do avanço do mar, ativistas ambientais e surfistas de Jacaraípe vêm, desde o ano passado, criticando o projeto de engordamento das praias.

Defendem que outras alternativas menos impactantes poderiam ser consideradas. Criticam o processo de licenciamento conduzido pela Semma, alegam que os estudos apresentados foram superficiais. Chegaram a fazer protesto contra o engordamento e não gostaram do fato da prefeitura ter feito audiência pública on line sobre a obra, isso já durante a pandemia. Fato que gerou reação até da OAB.

Os ativistas temem ainda que possa haver soterramento de corais, ninho de tartarugas e redução das ondas, consideradas um ativo para esporte aquático e do turismo associado a ele na cidade.

Por sua vez, a Semma nega que haja irregularidades no licenciamento e diz que o impacto do engordamento será positivo.

Segundo a Prefeitura, o valor do projeto será definido no final do processo licitatório.

Camburi e Curva da Jurema

Apesar de moradores de Manguinhos ansiarem pelo engordamento da praia perto de suas casas, a ampliação da areia nos balneário de Camburi e Curva da Jurema, e Vitória, tem preocupado.

Isto porque os moradores de Manguinhos dizem que obra semelhante ocorrida há 15 anos em Vitória teria mexido na dinâmica do mar e deflagrado o avanço da maré na região de Manguinhos entre o Recanto dos Profetas e o Vagão.

Argumento que foi refutado pela secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semam). Também na capital o engordamento das praias – que já está em andamento – foi objeto de críticas durante o licenciamento ambiental.

 

Redação Jornal Tempo Novo

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