Obra para reforçar abastecimento será autorizada amanhã (23)

Por Bruno Lyra

Pelo jeito é o rio Reis Magos que vai salvar a Serra da falta d´água. Nesta sexta (23), às 10h, será assinada a ordem de Serviço para o início das obras para captação, tratamento e distribuição da água do rio. A solenidade acontecerá no Palácio Anchieta e a obra será feita pela Cesan. O custo estimado é de R$ 69 milhões.

Esta iniciativa é uma esperança para que os serranos não voltem a correr tanto risco de ficarem com as torneiras secas, já que não há ainda previsão para a construção de barragens no rio Santa Maria, manancial que abastece a cidade. Nem no Jucu, que atende o sul da Grande Vitória.

O projeto do Reis Magos, segundo a assessoria da Cesan, tem custo estimado em R$ 69 milhões. Ele deve gerar, a princípio, com 500 litros por segundo de água tratada. E deve atender as regiões da Serra Sede e Civit. Mas a previsão é que fique pronto só no 2º semestre de 2016.

Em maio, a então presidente da Cesan, disse que a captação será na região de Putiri. No local, será construída uma estação de tratamento de água e instalados cerca de 15 km de adutoras para levar a água já tratada para um reservatório na Serra  Sede. Cerca de 150mil pessoas serão beneficiadas.

O Reis Magos tem suas cabeceiras nas montanhas de Santa Teresa e Fundão e deságua em Nova Almeida.  Enquanto o reforço não chega, o fantasma do desabastecimento é cada vez mais real na Serra.

O rio Santa Maria está com uma vazão de 2,7 mil litros por segundo, conforme dados apurados pela Agência de Recursos Hídricos na última quarta (21). É praticamente isto que está sendo captado pela Cesan no rio (dados de ontem ,22).

Esta pequena vazão está sendo garantida pela água represada na hidrelétrica de Rio Bonito em Santa Maria de Jetibá. Porém, sem chuva, a represa segue baixando. Na última quinta ela estava com 17 bilhões de litros (65% da capacidade). “Se não chover dá para o abastecimento humano até abril”, disse o diretor da Agerh, Paulo Paim.

No entanto Paim não precisou quando a água pode ser cortada para empresas e indústrias. Vale e ArcelorMittal Tubarão já tiveram o fornecimento reduzido por conta da crise.