Com mais de 40 anos, a Escola Estadual de Ensino Médio Aristóbulo Barbosa Leão (ABL) tem passado por tempos difíceis nos últimos anos. Se não bastassem as obras da escola paralisadas desde 2014 e os problemas enfrentados todos os dias por alunos, professores e demais funcionários no prédio alugado, há temor de desmonte da unidade de ensino.
Isso porque,o número de turmas da escola está diminuindo a cada ano. Além disso, há denúncias de que mesmo com as salas de aulas vazias, a unidade não tem aceitado novas matrículas. Segundo informações de uma profissional que trabalha no ABL, que não quis se identificar com medo de represálias, em 2017 eram cerca de 18 turmas no turno da tarde. Já em 2018 esse número caiu para 14 e agora em 2019 são apenas 8 turmas numa escola que tem mais de 20 salas de aulas. “Estão diminuindo cada vez mais o ABL. O que eles querem é acabar de vez com a escola”, afirma.
A fonte ouvida pelo Tempo Novo afirma ainda que quando algum estudante procura a secretaria da escola para se matricular, o mesmo é informado que não há nenhuma vaga na unidade de ensino. “Trabalho aqui há anos e parece que estão querendo acabar de vez com o Aristóbulo. Como uma unidade que tinha 18 turmas caiu para 8 em três anos, sendo que a procura por vagas é grande? Tem algo de errado nisso aí”, relata.
Maria Luiza, que estuda no ABL há três anos, conta que os alunos também estão preocupados com a situação da escola. “Entrei na escola no ano de 2017, desde então vim reparando que o número de turmas no turno vespertino e noturno vinha diminuindo. Em 2018 vi que o noturno foi fechado e o número turmas diminuiu bastante. Esse ano eu e outros alunos mais antigos ficamos chocados ao ver o número de alunos no primeiro dia de aula”, frisa.
A estudante ainda afirma que vários conhecidos dela não estão conseguindo se matricular na unidade. O prédio do ABL, em Laranjeiras, tinha 41 anos e começou a ser reformado em 2012. O custo divulgado era de R$ 9 milhões, e a reforma deveria ter sido entregue em julho de 2014. Porém, as obras foram paralisadas naquele ano. O motivo, de acordo com o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), é que a empresa contratada para executar o serviço faliu.
Segundo o Governo chegaram a ser gastos R$ 6 milhões na obra, além de R$ 290 mil da demolição do prédio antigo. Fora os R$ 78 mil mensais de aluguel do prédio, o que do início da locação em 2012 até dezembro de 2018 somou cerca de R$ 6 milhões. Em janeiro deste ano o aluguel subiu para R$ 80,5 mil. Os dados são do Portal da Transparência.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) que se limitou a dizer que as vagas foram disponibilizadas durante o período da Chamada Pública Escolar e que a “procura pela unidade de ensino foi pequena”. A assessoria não quis responder se há novas vagas para estudantes na escola e quantos alunos o ABL tem atualmente.
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