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Onda de calor derruba vazão de rio que abastece a Serra e Cesan não descarta racionamento de água

Rio Santa Maria, em 2015, quase sem água para captação da Cesan. Foto: Arquivo Tempo Novo | Bruno Lyra

A falta de chuva que afeta todo o Brasil e traz agravamento do risco de escassez hídrica em muitos estados também já está deixando autoridades capixabas em alerta. Prova disso é que a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) não descartou a possibilidade de medidas extremas diante de um cenário de seca nos rios que abastecem os moradores da Serra e de outros municípios do Estado.

E uma dessas medidas a serem adotadas pode ser o racionamento de água – quando bairros recebem o líquido em espécie de rodízio, ou seja, momento sim e noutro não. Nessa semana, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) afirmou que 27 municípios do estado já apresentam seca moderada, todos do Norte do Estado.

A Serra, no entanto, não se encontra nessa lista. O Incaper classifica o Município como ‘seca fraca’. Todos os demais municípios da Região Metropolitana também estão na mesma classificação. Com a falta de chuva, o ES enfrenta uma forte onda de calor. Nesta terça-feira (21), está prevista máxima de 34°C na Serra, de acordo com o Climatempo e não há previsão de chuva.

Por conta disso, a reportagem acionou a Cesan para saber sobre a possibilidade de racionamento em terras capixabas.

De acordo com a empresa, o abastecimento de água para a população está garantido nos municípios atendidos pela Cesan, entretanto, não é descartada qualquer medida diante da escassez hídrica. A empresa salienta ainda que não há risco de criticidade hídrica no Espírito Santo neste momento, mas pede colaboração da população.

“Mesmo sem risco de criticidade hídrica no Estado neste momento, é sempre importante lembrar que a população precisa adotar práticas responsáveis, fazendo uso consciente da água em todas as atividades, tanto na cidade quanto no campo”, disse.

A Serra é abastecida pelo Rio Santa Maria e pelo Rio Reis Magos. A situação dos dois mananciais ainda é amena, mas se aproxima da gravidade. A Agência Estatual de Recursos Hídricos (Agerh), afirma que a vazão dos rios do ES está, aproximadamente, 50% abaixo da média histórica.

O Santa Maria abastece cerca de 600 mil pessoas e sua vazão está em 3.500 litros por segundo (l/s), segundo informações da Agerh. O nível crítico, quando há grave risco para racionamento, é quando a vazão chega aos 2.895 litros por segundo. Essa marca preocupante chegou a ser registrada no dia 17 de setembro deste ano e quase atingida no final de agosto.

Vale ressaltar quem, além da Serra, o Santa Maria atende ainda a zona norte de Vitória, Praia Grande, em Fundão, e parte de Cariacica.

Já o Reis Magos, que abastece cerca de 150 mil pessoas da grande Serra Sede, não é monitorado pela Agerh. Dessa forma, não é possível dizer como está a situação oficial do rio.

Represa de Rio Bonito pode ser usada como escape para racionamento

Represa de Rio Bonito pode ser usada para evitar racionamento. Foto: Divulgação | Site Nova Notícia

Caso a situação piore e a seca se agrave no Espírito Santo, o Governo do Estado pode utilizar a Represa de Rio Bonito, em Santa Maria de Jetibá. Isso ocorreu na crise hídrica de 2015 para 2016, quando o então governador Paulo Hartung transformou a represa de Rio Bonito, que era usada para a produção de energia elétrica, em uma barragem para estocar água para o consumo humano.

Desde então, Rio Bonito segue como uma válvula de escape para impedir racionamento no arco hídrico que é abastecido pelo rio Santa Maria da Vitória. Sobre a situação da barragem, a Cesan afirmou que está dentro da normalidade e que seu uso é priorizado para o abastecimento humano.

Há dois meses, Cesan descartou racionamento de água; agora não mais 

Em matéria publicada pelo Jornal Tempo Novo há dois meses, a Cesan afirmou que a vazão dos rios capixabas estava em queda, mas descartou racionamento na Serra e em outras cidades capixabas. Agora, a situação é mais complexa. Na ocasião, por exemplo, a vazão estava em 4,8 mil litros por segundo.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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