A semana pode começar com grandes dificuldades para quem depende do transporte público nas cidades da Grande Vitória, inclusive na Serra. Acontece que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários) está ameaçando paralisar a circulação dos coletivos do Sistema Transcol caso os cobradores – que estão afastados desde maio de 2020 – não voltem ao trabalho. O movimento será feito nesta segunda-feira (4).
De acordo com um comunicado divulgado pelo presidente do Sindirodoviários, Marcos Alexandre da Silva, o retorno dos cobradores é “algo inegociável” com o sindicato. Alertou ainda que não tolerará “nenhum tipo de retrocesso” e diz se colocar a disposição para todos os profissionais. “O Sindirodoviários comunica ainda que não irá rodar nenhum veículo sem a presença dos cobradores nas roletas”.
Em conversa com o TEMPO NOVO, o ex-presidente e atual secretário do Sindirodoviários, José Carlos Salles, informou que o movimento não se trata de uma greve, mas que pode haver impedimento da saída dos ônibus das garagens das empresas. Segundo o sindicalista, a reivindicação é para que os cobradores voltem a atuar nos ônibus do Transcol.
“Não é greve. Só vamos orientar o trabalhador para que ocupe os seu postos de trabalho já que o empregador vai está pagando o salário. Se eles não voltarem aos ônibus, pode haver paralisação dos ônibus que possuem roletas. Os demais saem normal das garagens”, disse o secretário.
José Carlos Salles ainda afirmou que o sindicato está convocando todos os cobradores para comparecerem nas portas das garagens às 4 horas da manhã desta segunda-feira. “Pedimos que eles voltem aos seus postos de trabalho, já que a redução de salário chegou ao fim no dia 31 de dezembro e as empresas irão pagar os funcionários”, disse.
A reportagem acionou o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) para saber qual a posição das empresas sobre a possível paralisação. Por meio de nota, o sindicato disse que os cobradores ficarão em licença remunerada recebendo seus salários integrais, assim como pagamento de todos benefícios: ticket refeição, plano de saude e seguro de vida em grupo.
O afastamento desses profissionais ocorreu no dia 17 de maio deste ano, com base no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do Ministério da Economia. O governo federal paga um benefício aos trabalhadores para que eles não fiquem sem renda durante a interrupção dos contratos.
Na ocasião, o Estado havia decidido suspender o contrato de trabalho por apenas dois meses, mas o retorno dos profissionais já foi adiado por três vezes. Até janeiro, os cobradores ficarão afastados, no total, por oito meses.
Vale destacar que, desde maio, os coletivos deixaram de aceitar dinheiro em espécie como forma de pagamento. O motivo é o risco de contaminação da Covid-19, já que as cédulas podem servir como vetor da doença.
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