Mais de 30 animais foram resgatados num abrigo da Serra, na manhã desta quarta-feira (20). A ação é da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em conjunto com a CPI dos Maus Tratos da Assembleia Legislativa e o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).
A ação, realizada num abrigo, em Praia de Carapebus, foi fruto do cumprimento de mandado de busca e apreensão e determinação judicial de interdição do estabelecimento.
A ordem judicial é decorrente de uma investigação que está em andamento na DPMA. O abrigo interditado é mantido pelos pais da moradora de um apartamento localizado em Vila Velha, onde onze animais foram encontrados mortos e quatro foram recolhidos em situações de maus tratos, no dia 08 de janeiro.
A ação desta quarta-feira visa averiguar a condição do local que abrigava os animais e cumprir a determinação da Justiça, para interdição e resgate dos cães encontrados.
“O inquérito policial está em andamento. As suspeitas são de que os animais encontrados no apartamento teriam sido recolhidos pela mãe, dona do abrigo, e entregues à filha, para ajudar nos cuidados dos animais. O apartamento seria, então, uma extensão do abrigo. Tanto a moradora do apartamento quanto a mãe, faziam pedidos de doação de forma conjunta, o que reforça a suspeita de que a arrecadação e os cuidados eram comuns às duas”, afirmou o titular da DPMA, delegado Eduardo Passamani, via assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
O local onde os animais estavam aparentava pouca salubridade. Apesar disso, os fiscais do CRMV informaram que os cães não apresentavam sinais de maus tratos. Os animais foram recolhidos pela equipe da CPI dos maus tratos, que os encaminhará para avaliação médica e lar adotivo provisório.
A deputada Janete de Sá, presidente da CPI, disse que encontraram alguns animais soltos e que a maioria fica preso dentro da residência. “Não posso dizer que estão maltratados porque tem comida e água. Alguns ficam soltos, a maioria fica preso, sem baia, sem nenhuma condição de momentos de alegria. Mas a situação é terrível, vivem em meio a fezes, são 36 animais que eu pude contabilizar. Vamos chipar os animais, e está fazendo o recolhimento e buscando destino certo para eles. Eu diria que os tutores também vivem na mesma condição. É uma reprise do que vimos no apartamento de Vila Velha, não tinham animais mortos, mas estavam em meio a fezes e as pessoas vivem nesta mesma condição. Eu acredito que a menina foi criada nestas mesmas condições, não da pra diferenciar fezes de cães e gato e alimento, então para a filha da tutora, deva ter crescido neste ambiente e por isso aquilo que ela fez era uma situação natural, que ela vivia neste ambiente, que é muito ruim”, disse a deputada.
“Os donos da instituição também foram cientificados para a apresentação da filha, investigada pela DPMA, para que seja interrogada. Ela se encontra em local ignorado, sob alegação de tratamento médico. Eles também foram informados que estão proibidos de solicitar doações para o abrigo e devem retirar as páginas da entidade das redes sociais”, disse o delegado.
Ação judicial
A ação judicial pede ainda que proíbe a filha e a mãe de se ausentarem enquanto as investigações estiverem em andamento. Pede a interdição do abrigo e retirada de todos os animais. Além disso, pede também a retirada da página do abrigo do Facebook e Instagram, entre outras ações.
Confira imagens do local: Fotos: Divulgação CPI dos Maus Tratos