Categories: Meio Ambiente

Operação flagra aumento de quase 50% na devastação da mata Atlântica no ES

Um dos desmates flagrados pela operação este ano: em 2020 foram 95,4 hectares de mata derrubada contra 65 hectares em 2019. Foto: Divulgação

Exatamente 95,4 hectares de mata Atlântica desmatados ilegalmente no ES, contra 65 hectares flagrados em 2019, um aumento de 46,7%. Este é o saldo da Operação Mata Atlântica em Pé 2020, executada pelos órgãos ambientais sob a coordenação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

Segundo a assessoria de imprensa do MPES, os desmates ilegais flagrados este ano ocorreram em 17 municípios: São Mateus, Nova Venécia, Pancas, Itaguaçu, Colatina, Anchieta, Afonso Cláudio, São Roque do Canaã, São Domingos do Norte, Guarapari, Domingos Martins, Alfredo Chaves, Guaçuí, Dores do Rio Preto, Conceição da Barra, Ecoporanga e Barra de São Francisco. Não foi flagrado corte ilegal de floresta na Serra.

Nos município onde ocorreram os desmates, foram lavrados 17 autos de infração e aplicadas multas que totalizam quase R$ 250 mil. Dentre as infrações, desmatamentos, queimas, cortes seletivos de árvores e descumprimento a termos de embargo. Todas as áreas que somadas dão os 95,4 hectares desmatadas terão de ser recuperadas.

A operação foi realizada a partir de imagens de satélite, com suporte do Atlas desenvolvido pela Ong SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Espacial de Pesquisa Espacial. E aconteceu simultaneamente em 17 estados brasileiros. Ao perceberem mudanças comparando as imagens anteriores com as atuais, gestores enviaram equipes de fiscais  e policiais ambientais aos locais suspeitos.

No ES, participaram o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), Instituto Estadual de Recursos Hídricos (Iema), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES (Idaf) e Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Meio Ambiente (Ibama-ES).

Gestor diz que área afetada foi

pequena e diretor cita recuperação

Em declaração divulgada pelo MPES, o subgerente de controle Florestal do Idaf, Pedro Heyerdahl, minimizou o impacto do desmatamento flagrado. Para ele, a área cortada foi pequena em relação ao total de Mata Atlântica ainda de pé em território capixaba.  “A operação este ano foi mais exitosa, justamente porque tivemos um trabalho de inteligência mais apurado. Fizemos todo um levantamento antes e, com esse diagnóstico, fomos a campo e conseguimos fazer mais que no ano passado. Mas não significa dizer que houve um aumento no desmatamento. Ao contrário. Esse ano foi de redução no desmatamento”, observou.

Também em declaração divulgada pela assessoria do MPES, o diretor presidente do Iema, Alaimar Fiuza, disse que nos últimos anos o estado ajudou a recuperar 1,7 mill hectares de mata Atlântica através do programa Reflorestar.

Já o promotor do MPES, Marcelo Lemos, afirmou que a proteção a mata Atlântica é boa mas ainda não é a ideal. A declaração também foi divulgada pela assessoria de imprensa do órgão onde Marcelo é servidor.

Corte legalizado acabou

com 34,4 hectares só na Serra

A operação não flagrou cortes ilegais na Serra. Mas entre 2019 e 2020 a cidade perdeu pelo menos 34,4 hectares – o equivalente a 48 campos de futebol padrão Fifa – entre florestas em estágio inicial e avançado em Área de Preservação Permanente (APP). Essa perda, autorizada pelo Estado, aconteceu para a implantação da rodovia do Contorno do Mestre Álvaro.

Área desmatada com autorização do Estado para obra federal do Contorno do Mestre Álvaro na região de Itaiobaia, zona rural da Serra. Foto: Arquivo TN/Bruno Lyra/ 03 – 03 – 20

A obra, que está sendo executada pelo Governo Federal  é considerada essencial para a melhoria da mobilidade não só da Serra como da fluência do transporte de cargas e passageiros nesta parte do litoral do país.

Como compensação desse impacto, o Iema estabeleceu que os gestores da obra depositassem R$ 375,2 mil na conta do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, que dentre outras ações apoia medidas de recuperação florestal em torno de nascentes e rios. Além disse terminou ainda que fosse reflorestada uma área de 10 hectares no município de Santa Teresa.

Redação Jornal Tempo Novo

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