Por Edson Quintino do Nascimento
A cidade da Serra, após passar pelo primeiro ciclo de desenvolvimento da era industrializante brasileira, no inicio/final dos anos 60/70, surge no cenário capixaba, no primeiro quartel do século XXI, como cidade multiplicada e diversificada, mas que carece de reordenamentos sociais e urbanos.
Multiplicada porque aqui chegaram em busca de emprego e renda, imigrantes oriundos dos estados vizinhos, assim como, do próprio interior do nosso estado.
Diversificada porque ao crescer a população exponencialmente, em torno destes novos empreendimentos industriais, constatou-se, neste período, no distrito de Serra Sede, perda de importância politica, econômica e social, em relação a outras regiões da cidade, como Carapina e Laranjeiras. Estas atraíram maiores contingentes populacionais e desenvolveram o seu comercio e serviços. A este fenômeno serrano, em relação à Sede, chamo de força centrífuga. Portanto, uma lei da física aplicada, deliberadamente, às questões sociais, politicas e econômicas na Cidade da Serra.
Então, o distrito de Serra Sede passou pelo processo de esvaziamento porque perdeu ou deixou de captar importantes órgãos públicos, tanto do executivo municipal quanto do judiciário, com a praticamente saída total do Fórum. Daí, experimentamos o efeito dominó com a desaceleração econômica com o fechamento de salas comerciais lojas, etc..
Não obstante, segundo manuais de sociologia, a historia não tem fim, então, daí surge no nosso distrito a organização social que desempenha o papel de aglutinar em torno da ACESS – Associação Comercial e Empresarial de Serra Sede a necessidade, primeiro por parte dos empreendedores, de organização associativa. Assim como proposta inicial, além de juntar forças dissipadas, e trabalhar junto com outras entidades da sociedade civil, também conta com o apoio do MSSF – Movimento Serra Sede Forte. Vale destacar que estas duas entidades irmãs, possuem atuações distintas, porém, simbióticas.
Esta simbiose, mais contundente nos últimos dois anos, se frutifica com as primeiras conquistas: estancou definitivamente o esvaziamento e fez surgir o novo estado de animo entre os serranos. Com isto, nós, sociedade civil, passamos a acreditar coletivamente na nossa força, corroborada pela posição geográfica estratégica. Não é exagero pensar que a Sede é a “bola da vez” em relação ao novo ciclo de desenvolvimento da Serra.
A razão de ser do otimismo na mudança de paradigma, até no comportamento dos serranos, se fundamentam nas ações emergenciais e estruturantes, propostas pela ACESS e pelo MSSF, com as primeiras conquistas: estacionamento rotativo; novo prédio administrativo da Prefeitura; prédio do IPS (Instituto de Previdência dos Servidores); centro de treinamento dos professores; revitalização do Centro da Serra; Ciretran.
Uma das razões de ser deste otimismo é também o alargamento de novas fronteiras de desenvolvimento que abrem-se com o Contorno do Mestre Álvaro.
Em fim, podemos afirmar que encontramos o caminho, porque construímos os instrumentos de lutas sociais (ACESS e MSSF), já temos como referencia os resultados alcançados, fez brotar o otimismo na população, porque constatamos que a força centrifuga, deu lugar a força centrípeta, e, portanto, está em marcha o projeto da Nova Serra Sede.