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Opinião do TN: Prefeitura ignora pandemia e permite aglomerações na Serra

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Para o TEMPO NOVO, Município precisa colocar a fiscalização em prática e impedir aglomerações na cidade. Foto: Gabriel Almeida

É fato que aglomerações de pessoas irresponsáveis e negacionistas do novo coronavírus estão ocorrendo na Serra desde o momento mais crítico da pandemia. Mas a questão é: onde está a fiscalização da Prefeitura da Serra? O órgão responsável por conter superlotação em bares, praias e praças parece fechar os olhos, enquanto muitos moradores perdem a vida por conta do vírus. O Município até afirma fiscalizar, mas entre dizer e realmente fazer, existe um gigantesco abismo. Nas últimas semanas, cenas estarrecedoras de bares e praias lotados tomaram conta das redes sociais.

A ineficiência das supostas ações contra aglomerações realizadas pela gestão do prefeito Audifax Barcelos está escancarada há meses. Mesmo quando ainda era proibida a abertura de bares, esses estabelecimentos pareciam ter a certeza da imunidade à fiscalização e viviam lotados de serranos. Agora, com a cidade em risco baixo e a liberação total para funcionamento de qualquer comércio, sem nenhum limite de horário, a situação piorou. Filas imensas de pessoas que, claro, não usavam sequer a máscara de proteção. Todas elas queriam apenas se divertir em um ambiente fechado e muito aglomerado. O problema é o preço que isso pode custar.

Mas durante os fins de semana e até em alguns dias úteis, a Serra tem se tornado um ambiente deletério, onde parece que nem existe uma pandemia de Covid-19. Tanto que o próprio chefe do Poder Executivo, Audifax Barcelos, se esquece das recomendações dadas no início da pandemia – quando afirmava com toda a convicção para as pessoas respeitarem o isolamento social – e causa aglomerações em convenções partidárias de que participa. Isso pode gerar um verdadeiro imbróglio, já que a população pode se confundir com as falas e atitudes controversas da maior autoridade municipal.

Esse negacionismo evidente da população e a falta de ações concretas por parte do poder público podem gerar uma conta com preço sem precedentes. Os especialistas do mundo inteiro alertam que a falta de respeito pelas determinações contra à proliferação da Covid-19 pode ocasionar numa segunda onda do vírus. Para quem não sabe o que significa essa “segunda onda”, basta voltar na história e entender o que ocorreu durante a pandemia da Gripe Espanhola, que num certo momento parecia ter sido vencida, mas voltou com tudo e ainda mais letal e contagiosa. 

Lógico que não podemos minimizar a crise vivida pelo setor comercial e é totalmente compreensível a flexibilização de atividades, o que é feito para tentar combater uma das faces mais danosas da pandemia: a economia. Só que mesmo numa crise sem precedentes, comerciantes e clientes que acreditam estar se ajudando lotando bares, lanchonetes ou shoppings, podem na verdade estar trazendo mais problemas para o futuro, já que se houver um aumento nos casos e mortes, tudo volta à estaca zero.

Por isso, é importante destacar, a importância de ações fiscalizadoras – que segundo o próprio Governo do Estado – são de responsabilidades dos municípios capixabas. A Prefeitura da Serra precisa fiscalizar e impedir, não o funcionamento desses estabelecimentos ou o uso livre de praias, mas sim os exageros, que ocorrem há meses. Se isso não acontecer, a pandemia pode perdurar e mais mortes irão ocorrer. E quem serão os responsáveis por esses novos óbitos? A história ainda irá nos contar, pois nela, já estão cravadas as mais de 480 mortes de pacientes da Serra por complicações da Covid-19.

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