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Opinião TN: A pandemia não acabou, nós que acostumamos com as mortes

Em Laranjeiras, desde a abertura do comércio, houve aumento no fluxo de pessoas. Foto: Ana Paula Bonelli

Mesmo em meio à pandemia, a rotina de muitas pessoas está voltando ao normal. Famílias se reunindo, churrascos acontecendo e bares lotados de pessoas nas comunidades. Não é à toa que a média do índice de isolamento social na Serra não para de diminuir: atualmente em 44,41%. Isso significa que menos da metade da população da cidade está realmente respeitando as recomendações e ficando em casa.

Os especialistas alertam e os números mostram que essa “volta à normalidade” antes da hora certa pode ocasionar em um aumento ainda maior de infectados e mortos pela Covid-19, mas muitos acabam não dando ouvidos. Enquanto isso acontece, 419 pessoas perderam a batalha contra o vírus.

Eles eram amores de alguém, parentes queridos, talvez filhos ou até avós de moradores da cidade que agora precisam lidar com a dor de uma perda. Luto por alguém que eles não puderem nem ver uma última vez, já que nas UTI’s as visitas são proibidas, e após a morte, os caixões são lacrados.

Mas e daí né? Já que não foi alguém da minha família, é apenas uma estatística. Um número que com o passar dos meses, aqueles que não o conheciam esquecerão. Infelizmente, esse é o pensamento de alguns. Mas para quem viveu a dor, a saudade é eterna.

Sabemos que em meio uma pandemia, pessoas morrem, mas não podemos nos acostumar e deixar que mais de 90 mil vítimas fatais em menos de um ano vire algo normal. Desses óbitos, mais de 2.510 eram capixabas que talvez entraram em 2020 com muitos sonhos e planos.

Sabemos que ficar em casa, para muitos não é possível e para outros, bem difícil, mas se nós realmente podemos nos proteger e cuidar daqueles que amamos, por qual motivo não respeitar a quarentena? Cuide de você. Cuide de quem você ama.

A vontade de viver aquele normal de antes é grande dentro de todos nós, mas para que isso passe logo, o melhor que podemos fazer é respeitar as orientações das autoridades. E nesse momento, elas são: fique em casa e se precisar sair use máscara.

Um dia, poderemos se abraçar e comemorar por tudo isso ter acabado, mas para isso, precisamos ficar vivos e com nossos amigos e família.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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