Será assinada nesta segunda-feira (3), a Ordem de Serviço para a reconstrução do novo Aristóbulo Barbosa Leão. A obra é motivo de muitas promessas e também bastante reclamações, já que está paralisada desde 2014. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), o governador Renato Casagrande (PSB) vai dar o pontapé inicial para a construção numa reunião on-line.
Conforme noticiado com exclusividade pelo TEMPO NOVO, no dia 21 de julho, a construção já foi licitada e a ordem de serviço seria assinada nos próximos dias, o que vai acontecer nesta segunda. Ainda não foi informado o valor oficial que será investido para a nova construção, mas em 2019, a Sedu tinha estimado um gasto de R$ 17 milhões, mas o valor pode ter mudado, pois dependia do término da licitação.
Vale destacar que a obra, que começou em 2012, foi abandonada dois anos depois: em 2014. Desde então, o Estado já fez diversas promessas de retomada da construção, mas nenhuma saiu do papel. Na ocasião, o Estado afirmou que a empresa responsável pela construção faliu e não deu continuidade ao projeto.
No ano passado, a reportagem teve acesso a uma parte do projeto de construção do novo Aristóbulo. No documento, que foi entregue para alunos do ABL, está planejado que a nova escola contará com 24 salas de aula comuns, um laboratório de informática, um laboratório comum, biblioteca, Centro de Idiomas, sala de dança, sala de música, quadra esportiva, duas miniquadras e um auditório.
Em uma reunião feita com alunos da escola no final de maio de 2019 , o subsecretário de Suporte à Educação, Aurélio Meneguelli Ribeiro, afirmou que a obra deve ficar pronta dois anos após o início da construção. Esse prazo ainda não é oficial, já que a Sedu não quis adiantar informações sobre a nova construção. Esses dados devem ser anunciados na reunião on-line desta segunda.
A Ordem de Serviço poderá ser assistida por todas as pessoas através das redes sociais do governador Renato Casagrande e também através de sua conta oficial no YouTube.
A ‘novela’ é longa e já custou mais de R$ 12 milhões…
O prédio do ABL, em Laranjeiras, tem 41 anos e começou a ser reformado em 2012. O custo divulgado na época era de R$ 9 milhões e a reforma deveria ter sido entregue em julho de 2014. No entanto, as obras foram paralisadas naquele ano. O motivo, de acordo com o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), é que a empresa contratada para executar o serviço faliu e abandonou o trabalho. Com a reforma, que não foi concluída, o gasto chegou aos R$ 6 milhões.
Logo no início das obras, em 2012, os alunos foram levados para um espaço provisório onde funcionava uma faculdade, em Jardim Limoeiro, ao lado do cruzamento entre as rodovias Norte-Sul e ES-010. Ao longo desses anos, o prédio vem sendo motivo de queixas e protestos de estudantes, que alegam falta de estrutura. Dentre eles, espaço precário para educação física, ausência de ar-condicionado, ventiladores e parte elétrica com problemas constantes, além dos riscos de assaltos nas redondezas.
O espaço alugado em Jardim Limoeiro custa cerca de R$ 80 mil (de aluguel) por mês aos cofres públicos. Em 2018, o valor do aluguel era de R$ 78 mil mensal. Após uma longa busca no Portal da Transparência, o TEMPO NOVO constatou que o contrato de aluguel firmado em 2019 foi no valor total de R$ 885.967,06. Neste ano, a reportagem não teve acesso ao contrato. Ao todo, até 2019, foram gastos cerca de R$ 5 milhões somente com aluguel, enquanto se aguarda a obra da nova escola em Laranjeiras.
Enquanto as obras não andavam, o prédio do ABL, em Laranjeiras, ficou abandonado por quatro anos e foi demolido pelo Governo do Estado no final de 2018. Na época, o então secretário da Educação, Haroldo Rocha, afirmou que o espaço estava sem ‘boas condições’ para continuar a reforma. A demolição custou R$ 290,7 mil.
Questionado pela reportagem sobre os valores gastos nas obras e os atrasos, Haroldo sugeriu pensar positivo e prometeu que a obra estaria licitada até o final de 2018, o que não aconteceu.
Vale lembrar que foi demolido somente o prédio principal da escola, onde aconteciam as aulas. Foram mantidas da estrutura atual a cozinha e as áreas de apoio, o refeitório coberto, as área de serviço, o vestiário, o auditório e a quadra poliesportiva.
Somando os valores da reforma não concluída, dos aluguéis pagos e da demolição, o Governo do Estado já gastou cerca de R$ 12 milhões com a escola que ainda não está pronta. O valor ainda deve aumentar, já que, por enquanto, a obra está só no papel.