Por Yuri Scardini
As duas primeiras semanas deste inédito segundo turno das eleições para prefeito na Serra, serviram para Audifax Barcelos (Rede) e Sérgio Vidigal (PDT) repensarem estratégias e buscar novos apoios. Houve um vaivém de ex-candidatos a vereadores que migraram de Vidigal para Audifax e vice-versa. Natural. Uma nova composição de alianças vai se formando.
Do lado de Audifax, a mudança de marqueteira com a saída de Flávia Mignoni para Jane Mary chamou a atenção. O que a princípio poderia ser interpretado como um sinal de fragilidade, na prática animou Audifax e sua turma com a promessa de mudança. O discurso de ‘coitadismo’ de Audifax ficou menos presente e o que se vê é um confronto mais agressivo, discursos mais acalorados e acusações mais incisivas contra Vidigal. No material de campanha, o ar da graça característico de Jane em campanhas anteriores na Serra (ela trabalhou para Vidigal em 2012) já é visto: Audifax agora é o “candidato do amor” ao invés do nome certo para “a Serra continuar crescendo”, mote adotado por Mignoni.
Já na turma de Vidigal, a avaliação de que não se pode errar é unânime. Um apoiador próximo a Vidigal disse recentemente: “Se nós não errarmos, levamos a taça”. Mas ainda faltam duas semanas de campanha eleitoral, uma diferença pequena e um rival ardiloso. Percebe-se também que a turma de Vidigal naturalmente ficou mais agressiva e passou a produzir bem mais material contra o rival redista.
Na prática, as duas campanhas são muito parecidas, a escola é a mesma. Ainda mais agora, com a vinda de Jane Mary. Há um equilíbrio de forças muito grande entre Vidigal e Audifax. E é Vandinho Leite (PSDB), vice de Vidigal, que vem mostrando capacidade para desempatar em favor do aliado. Enquanto Vidigal vai às ruas e abraça as pessoas, Vandinho têm feito um trabalho de forma muita habilidosa nos bastidores, têm ‘seduzido’ lideranças comunitárias e ex-candidatos a vereadores, além de líderes empresariais e religiosos.
Vandinho tem bagagem. Foi vereador, deputado estadual e secretário de Estado. O trabalho que vem sendo realizado nos bastidores pelo tucano pode ser o diferencial nas urnas.
Audifax não têm pessoas com características tão promissoras no seu staff. Falta aquele articulador de bastidores que seja elo entre o prefeito e lideranças. O lugar do candidato é na rua e não dentro de salas de reunião.
O deputado estadual Bruno Lamas (PDB), que naturalmente seria o nome para desempenhar este papel, ainda não mostrou traquejo para a tarefa. Tanto que os novos vereadores eleitos pelo PSB não demonstraram, até agora, disposição para vestir a camisa de Audifax.
Mãe de Bruno e candidata a vice da chapa, Márcia Lamas, apesar da habilidade, ficou muito tempo fora da política da Serra. Por isto perdeu musculatura junto às lideranças espalhadas pela cidade.
Enquanto isso, Audifax segue sendo chicoteado na Câmara, com três CPI’s contra si. É difícil medir até que ponto tais CPI’s podem tirar votos do prefeito. Mas, sem dúvida, o acuam e criam uma pressão a mais no já tão tenso xadrez eleitoral serrano.
Tudo leva a crer que a diferença nas urnas será definida por poucos votos, já estava previsto que essa seria uma das mais competitivas eleições no ES. Enquanto isso, seguem mais duas semanas de ataques, ânimos pra lá de alterados e acusações mútuas entre Audifax e Vidigal.