Ter uma doença crônica e encarar tratamento não é coisa fácil para ninguém. Mas se a pessoa depende do Sistema Único de Saúde (SUS), as dificuldades se multiplicam. É o que dizem dois moradores da Serra que lutam para ter direito aos serviços de saúde garantidos pela constituição, mas que na prática nem sempre estão disponíveis no tempo necessário.
Lino Guedes Neto, morador de Nova Almeida, diz que tenta há três anos na unidade de saúde do bairro um encaminhamento para consulta com um especialista. “Em 2013 meu braço direito começou a perder mobilidade. De lá para cá só vem piorando. Já não consigo levantar o braço e está cada vez mais difícil fazer tarefas do dia a dia. O pior é que atuo como pedreiro, pintor, eletricista e não posso mais trabalhar”, lamenta.
Segundo Lino, ele foi consultado por um clínico geral ainda em 2013 na unidade. “E aí dei entrada na própria unidade para conseguir encaminhamento para um especialista e iniciar o tratamento. Perderam meu documento. Em 2014 voltei no clínico geral para começar tudo de novo. Não deu certo. No início deste ano fiquei internado no Hospital Jayme Santos e lá um ortopedista disse que tenho contratura de Dupuytren, que atinge o tendão do braço. Levei o laudo na unidade de saúde e até hoje espero encaminhamento” relata.
Maria Zilda Magalhães, de 78 anos, tem Alzheimer e fibrose pulmonar. Ela, que mora em Jardim Limoeiro e é atendida pelos profissionais da unidade de saúde de Chácara Parreiral, precisa de tubos de oxigênio em casa, equipamento cedido pelo SUS e que precisa de reposição de tempos em tempos. Por conta das doenças, Maria Zilda tem dificuldade de locomoção e necessita de atendimento em casa.
“Pedi no posto de Parreiral uma coleta de sangue domiciliar para dar entrada na renovação do oxigênio da minha mãe junto ao governo e visita do médico de Saúde da Família. Só consegui o atendimento depois de muita reclamação na ouvidoria”, conta o filho de Maria Zilda, Denílson Magalhães.
Atendimentos estão certos, diz município
Em nota a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) disse que o pedido para ortopedia especializada para o paciente Lino Guedes foi solicitado ao Estado no dia 02 de maio e o município está esperando a marcação. Falou que Lino é acompanhado na Unidade de Saúde de Nova Almeida e já se consultou na rede com as especialidades de cardiologia, cirurgia geral, gastroenterologia, oftalmologia, ortopedia geral e proctologia. Realizou os exames de ecocardiograma e endoscopia.
Quanto à paciente Maria Zilda, a Sesa disse que é acompanhada na unidade de Chácara Parreiral e em março se consultou no Ambulatório de Especialidades Médicas com o médico geriatra e foi encaminhada para o Centro de Reabilitação do Espírito santo (Crefes), para obtenção de cadeira de rodas. Em abril realizou exame de oxigenoterapia na residência para renovação do oxigênio. Em relação à visita domiciliar, a assessoria acrescentou que basta o responsável ir à unidade e solicitar com antecedência a consulta.
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