A Serra possui três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e uma delas é exclusiva para atendimento de pacientes com casos de coronavírus. Trata-se da UPA de Castelândia, na região de Jacaraípe. O problema é que o local está ficando ‘superlotado’ quase todos os dias da semana. A situação causa indignação nos moradores da cidade que necessitam do sistema público de saúde. Por lá, eles esperam atendimento por mais de seis horas e para piorar, sem conseguir manter o distanciamento social.
Na última terça-feira (8), feriado e aniversário da Serra, o local ficou cheio. O TEMPO NOVO recebeu denúncias de pacientes e foi até a UPA para verificar a situação. De acordo com uma moradora, que preferiu não se identificar, sua espera foi de seis horas para conseguir ser consultado por um médico. Mesmo após a consulta, não conseguiu fazer o exame para detectar se realmente está infectada pela doença e precisou voltar na unidade nesta quarta-feira (9) novamente.
“Eles falam que aqui é referência para a Covid-19, mas todos que chegam só colocam pulseira azul (classificação de não urgente), os médicos somem e não atendem. Eu mesmo fiz minha ficha às 11 da manhã e só fui atendida às 17 horas da tarde. É um descaso total com o ser humano”, afirmou a paciente que ainda saiu da UPA sem fazer o teste.
A moradora ainda afirmou que não é possível manter o distanciamento social dentro da unidade, devido à quantidade de pessoas em busca de atendimento médico. “O respeito é zero e distanciamento social não existe por lá. Você vai à recepção e informam apenas que é preciso aguardar, pois o sistema é quem ajusta quem será atendido”, denunciou.
Outra paciente que também conversou com a reportagem, mas preferiu não se identificar, também reclamou do longo tempo de espera. “Foram cinco horas para eu conseguir se atendida. Isso é maldade com o ser humano. O pior de tudo é que você está com suspeita e fica junto com muitas outras pessoas. Quem não estiver infectado, pode ser contaminado por outro, já que as cadeiras são todas juntas. Não adianta dizer que tem a maio UPA do estado se ela não tem atendimento”, reclamou.
Prefeitura diz que denúncias de moradores são mentiras
O TEMPO NOVO entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde da Serra, que atualmente é comandada pelo secretário Alexandre Viana. Por meio de nota, a pasta informou que as informações repassadas pelos moradores não são verdadeiras: “a informação não procede. Não há fila de espera”, diz o texto.
Sobre o distanciamento social, a Secretaria de Saúde não quis se manifestar, mas disse que as UPAs seguem protocolo de classificação de risco dos pacientes de acordo com os sintomas apresentados, mais leves ou mais graves. “Os pacientes mais graves têm prioridades no atendimento”, destacou.
Por fim, disse que o município ampliou o número de profissionais em suas equipes, reforçou o atendimento e está empenhado 24 horas por dia para cumprir o seu papel e atender com qualidade e agilidade os moradores da Serra.
Faltam testes para Covid-19 em postos de saúde e UPAs da Serra, denunciam moradores
Conforme noticiado pelo jornal anteriormente, pacientes que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) na Serra estão denunciando a falta de testes para coronavírus nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). De acordo com eles, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) não tem fornecido a testagem para moradores que chegam nesses locais com sintomas da Covid-19. Entretanto, a Prefeitura da Serra se defende das acusações e nega o ocorrido.
É importante destacar que a situação ocorre em meio a um agravamento da pandemia em terras capixabas. Os pacientes procuraram a reportagem para denunciar a situação. De acordo com uma moradora de Jacaraípe, ela apresentou todos os principais sintomas mais leves do coronavírus e mesmo assim foi apenas receitada com medicamentos e não recebeu o direito de realizar o teste para detectar se realmente estava com a doença.
A reportagem entrou em contato coma Secretaria de Saúde da Serra. Por meio de nota, a pasta disse que a informação não procede. Entretanto, não quis responder se há testes rápidos nas unidades de saúde.