Clarice Poltronieri
Faltando uma semana para o retorno das aulas – a rede pública de ensino retorna no dia 5 de fevereiro e a maior parte das escolas particulares também – as papelarias da Serra se preparam para o período do ano mais lucrativo no setor e contratam vendedores temporários.
O aumento no movimento das papelarias pode ser até 300% maior que nos demais dias do ano e para este ano é esperada uma melhora nas vendas em relação ao ano passado, cujas vendas foram prejudicadas pela crise na segurança pública.
Em Jacaraípe, o proprietário da Torre de Papel, Hítalo Luiz Borsoi, contratou mais um funcionário para o período. “Nos 20 dias que antecedem a volta às aulas, vendemos 300% mais que nos demais dias do ano. E este ano esperamos um aumento de 5 a 10% em relação ao mesmo período do ano passado, já que teve uma pequena melhora na economia e os mineiros, que são boa parte de nossos clientes, estão de volta. No ano passado a greve da polícia nos prejudicou”, explica.
O sócio-Proprietário da Rabisco, em Bairro de Fátima, Hélio Albergaria, também espera melhora. “A greve da polícia no ano passado foi justamente no período de mais movimento do nosso setor. Este ano temos expectativa de crescimento de 10 a 15% e contratamos mais dois funcionários para trabalhar no período que vai do final de janeiro até o carnaval, pois nosso movimento aumenta cerca de 40%”, aponta.
Na Serra-Sede o sócio proprietário da Pinte e Borde, Edson Quintino do Nascimento, também está animado. “Nessa época aumenta o movimento em torno de 50% e este ano esperamos que as vendas sejam uns 5% maiores que ano passado, que foi prejudicado com a crise da segurança pública. Contratamos mais três funcionários para o período.
Tecnologia ganha espaço entre livros e papeis
Há tempos as papelarias vêm mudando o perfil dos produtos que vendem. Os itens tecnológicos como pen drives, mouses, teclados e outros acessórios de informática vem ocupando o espaço, antes exclusivos, de cadernos, papeis, livros, lápis e borrachas.
O professor do curso de Sistemas da Informação do Ifes da Serra, Marcos Simão Guimarães, disse que a mudança no perfil de produtos vendidos nas papelarias é inevitável. “O caderno e os livros didáticos ainda são dominante na nossa realidade. Mesmo num curso de tecnologia, apenas de 10 a 15% dos alunos usam aparatos tecnológicos. A informatização vai tirar alguns produtos da linha de papelaria e abrir novos campos. Quem se adaptar às realidades digitais vai ficar no mercado. Os livros didáticos, por exemplo, devem seguir essa tendência. Mas uma revolução digital total neste campo ainda vai demorar”, observa.
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