Por Ronaldo Freire
Domingo (05) é o Dia Internacional do Meio Ambiente. É já estamos na Semana do Meio Ambiente, ótima ocasião para refletir sobre nossas atitudes. A mãe natureza não aguenta mais, pois os recursos naturais são finitos. Atualmente seria necessária uma terra e meia para suprir a demanda por água, comida, matéria-prima e energia, considerando o atual padrão de consumo da humanidade.
Por isso esse padrão deve ser revisto. E isto pode acontecer com a mudança de comportamento e hábitos de consumo. Atualmente nossas necessidades são moldadas por propaganda e marketing que bombardeiam nossa mente para conduzir cada vez mais, mesmo que não haja necessidade.
E por isso acreditamos que nessa Semana que se discute o Meio Ambiente, vejo como mais importante a mudança de paradigma, para uma reflexão sobre atitudes. Mais até do que o também primordial plantio de árvores. Vivemos num cenário de escassez e poluição da água, poluição do ar, falta de áreas verdes, além do risco da destruição do pouco que ainda temos preservado nas reservas ambientais.
Devemos ser mais audaciosos e firmes. E isso vale para a Serra, cidade que já beira os 500 mil habitantes, e que tem histórico recente de crescimento urbano desordenado. É necessário um planejamento que priorize o adensamento humano nos espaços adequados e estanque ocupações irregulares em áreas sensíveis; delimitando fisicamente esses territórios com parques lineares que incentivem as práticas esportivas e culturais.
Também é necessário realizar estudo da área onde há solo de turfa, com o objetivo de buscar soluções concretas para os incêndios que se tornaram comuns na região, nesses últimos três anos de seca, com graves consequências à saúde pública por conta da fumaça. Outra ação salutar é dar isenção fiscal para atrair empresas que tenham soluções no tratamento de resíduos sólidos, o mesmo vale para empreendimentos ligados às energias sustentáveis. Estabelecer parceria público-privada para reciclar o lixo doméstico pelo município.
Há também o desafio de fortalecer as associações de catadores e fomentar a criação de novas, fortalecendo assim a economia local por meio do comércio no bairro. Valorizar as lideranças locais pela governança participativa dos conselhos da cidade e nas tomadas das decisões, no qual o cidadão se sentirá participante do desenvolvimento da Serra.
É urgente pensarmos em mais espaços para ciclovias, para melhorar a mobilidade e reduzir a poluição do ar. A nossa qualidade de vida depende da sustentabilidade e isso será plenamente alcançado quando articularmos as dimensões sociais, econômicas, ambientais e éticas ao sistema jurídico-politico. É urgente que esses objetivos e metas entrem para valer na pauta dos tomadores de decisões. Do contrário, as questões ambientais seguirão apenas enfeitando discursos em tempos de data festiva, como na Semana do Meio Ambiente.
Ronaldo Freire é diretor geral da Associação Nacional dos Fiscais e Auditores Fiscais de Atividades Urbanas – Anafisc