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Para municipalizar a BR-101, Eco e DNIT terão que cumprir condicionantes, diz Audifax

Apesar de ser construída com dinheiro público, a nova rodovia ficará sob responsabilidade da Eco. Já o atual trecho da 101 que é listado pela Polícia Rodoviária Federal como um dos mais perigoso do Brasil, deve ser municipalizado.

Audifax vai criar comissão para negociar municipalização da BR-101.

Com o início das obras do Contorno do Mestre Álvaro na manhã desta segunda-feira (13), a expectativa é que a obra deslanche de fato. Orçada em R$ 290 milhões, a nova rodovia será uma alternativa para atravessar o município sem passar pela malha urbana entre Carapina e Serra Sede. Para tratar do assunto e esclarecer dúvidas, foi convocada uma reunião de trabalho aberta à imprensa no gabinete do prefeito Audifax Barcelos (Rede). Estavam presentes representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), empresários e líderes comunitários. A ausência ficou por parte da concessionária Eco-101.

A expectativa é que a obra fique pronta dentro de três anos e absorva aproximadamente 30% do tráfego de veículos que hoje circulam pela BR-101 na Serra, economizando tempo de viagem e reduzindo número de acidentes. A pista terá 18,9 km com faixa dupla nos dois sentidos. Apesar de ser construída com dinheiro público, a nova rodovia ficará sob responsabilidade da Eco. Já o atual trecho que é listado pela Polícia Rodoviária Federal como um dos mais perigoso do Brasil deve ser municipalizado.

A reportagem do TEMPO NOVO perguntou ao engenheiro Fábio Jose Vitoria, que representou o Dnit, se o órgão ou a Eco estariam dispostos a cumprir alguma condicionante para entregar a responsabilidade da BR-101 à Prefeitura. Entretanto, ele disse que não poderia responder, uma vez que a conversa com a Prefeitura ainda não evoluiu.

Durante a reunião, Audifax sinalizou que tem interesse de assumir a rodovia, uma vez que esbarra em burocracias junto à Eco e ao Dnit para resolver questões pertinentes ao município, como melhoria na iluminação, por exemplo. A empresa e o órgão federal, porém, terão que cumprir uma lista de benfeitorias. “Vamos criar uma comissão para estabelecer critérios e condicionantes para assumir o atual trecho da 101. Posso citar a questão do Trevo de Cidade Pomar, que é uma demanda antiga daquela comunidade e também um local que registra muitos acidentes”, disse Audifax.

O TEMPO NOVO ainda perguntou ao Dnit sobre a estimativa de tráfego no futuro Contorno; todavia, curiosamente, o representante do órgão não soube informar. Além disso, Fábio José confirmou que a nova rodovia não terá ciclovia, diferente do que tinha sido anunciado em 2016. Do total de R$ 290 milhões, o Governo Federal liberou R$ 100 milhões, que segundo o representante do DNIT, será suficiente apenas para este ano.

Projeção do Contorno: serão 19 quilômetros em pista dupla e ciclovia. Foto: Divulgação

Alagados do Mestre Álvaro

Entre os pontos que mais preocupam está o impacto ambiental, já que a nova rodovia será construída na face oeste do Mestre Álvaro, local onde há muita riqueza de biodiversidade. É lá também que se concentra grande parte dos alagados do morro, os quais, em períodos de chuva, se transformam um lagoas e acumulam grande quantidade de vida entre fauna e flora.

Segundo declarou o Dnit, os impactos ambientais foram previstos e serão mitigados; porém, não soube informar se houve ou se haverá compensação financeira ao Município decorrente dos impactos ambientais. Foi informado que haverá passagens subterrâneas para que animais transitem de um lado ao outra da pista, mas o órgão também não soube informar quantas serão. Além disso, foram apresentadas imagens de pistas elevadas para diminuir o impacto nos locais de alagados.

Desenvolvimento econômico e empregos

Para a construção da rodovia, estão previstos a contratação direta de 430 pessoas. Segundo relatado na reunião, interessados em ocupar as vagas poderão encaminhar currículos para a empresa capixaba Contractor, que é a líder do consórcio responsável pela obra.

A Prefeitura da Serra tem expectativa de um novo eixo de desenvolvimento, especialmente para a região da grande Serra Sede, uma vez que o Contorno deve atrair novas empresas e se transformar em área de expansão urbana.

Representantes do comércio daquela região defenderam que o consórcio ganhador da licitação contrate mão de obra local para construir o Contorno e que a Prefeitura estabeleça um plano de atração de empresas e incentivo para a contração de moradores do município no quadro de funcionários das futuras empresas. O prefeito sinalizou positivamente para a medida.

Redação Jornal Tempo Novo

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