Após impedir a saída dos ônibus das garagens de empresas do Transcol, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários) disse que a paralisação já foi finalizada. O movimento começou às 4 horas desta segunda-feira (4) e tinha como reivindicação o retorno dos cobradores – que estão afastados desde maio – aos seus postos de trabalho. A decisão de encerrar a paralisação foi tomada após o sindicato ser notificado pela Justiça do Trabalho.
Em conversa com o TEMPO NOVO, o secretário e presidente interino do Sindirodoviários, José Carlos Salles, afirmou que os ônibus já foram liberados e estão circulando normalmente. “Nós fomos notificados e a paralisação chegou ao fim. A notificação chegou e logo em seguida liberamos a saída dos coletivos”, afirmou o sindicalista.
Na Serra, assim como outras cidades da Grande Vitória, somente os ônibus com ar-condicionado estavam circulando para atender as linhas troncais (de terminal a terminal). Todos os outros coletivos não conseguiram sair das garagens como, por exemplo, na Unimar, em Laranjeiras Velha. Mais cedo, por volta das 6 horas, eles realizaram um ato na sede da empresa, onde gritavam frases exigindo o retorno dos cobradores aos ônibus do Transcol.
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A motivação da greve é o pedido de retorno dos cobradores aos ônibus. Eles estão afastados desde maio, mas recebendo os seus salários, através de programa feito pelo Governo Federal. Agora, após o fim do programa, o Governo do Estado decidiu manter os profissionais em casa, mas recebendo integralmente o salário e todos benefícios. A medida no entanto não agradou os rodoviários, que temem demissões.
É importante lembrar que em acordo firmado pelo Governo do Estado, em 2019, ficou garantido que os cobradores não serão demitidos até o fim de 2021. Durante esse período, o Estado deve oferecer cursos de capacitação para que esses funcionários sejam recolocados no mercado de trabalho. A partir de 2022, as demissões poderão ocorrer.
Afastamento dos cobradores
O afastamento desses profissionais ocorreu no dia 17 de maio deste ano, com base no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, do Ministério da Economia. O governo federal pagou um benefício aos trabalhadores para que eles não ficassem sem renda durante a interrupção dos contratos.
Na ocasião, o Estado havia decidido suspender o contrato de trabalho por apenas dois meses, mas o retorno dos profissionais já foi adiado por três vezes. Até janeiro, os cobradores ficarão afastados, no total, por oito meses.
Vale destacar que, desde maio, os coletivos deixaram de aceitar dinheiro em espécie como forma de pagamento. O motivo é o risco de contaminação da Covid-19, já que as cédulas podem servir como vetor da doença.
Agora, em 2021, o programa federal chegou ao fim. Mesmo assim, o Estado decidiu manter os trabalhadores afastados, mas pagando o salário integral.