Por Conceição Nascimento
Embora ocupando espaços importantes em diversos segmentos sociais, as mulheres ainda são tímidas quando o assunto é quantitativo político. Exemplo disso é que cerca de 10% das cadeiras na Câmara Federal são ocupadas por mulheres. Neste ano eleitoral, um dos desafios dos partidos políticos é arrebanhar uma militância feminina com disposição para representar as legendas numa disputa.
Com cotas de gêneros obrigatória de 30%, o que na prática significa que os partidos têm que correr atrás de onze mulheres para compor a chapa de vereador para conseguir disputar as eleições de outubro.
Segundo o presidente municipal do PPS, João Batista Piol, as mulheres relutam muito para serem candidatas. “Precisamos estar em contato permanente para que não desanimem. O dia a dia delas é diferente dos homens. Na política, tem que largar tudo e cair na campanha; não existe dia e nem hora. Outro fator que contribui é o preconceito, o medo de ser derrotada”, avaliou.
Edinaldo Fernandes, presidente do PV, avalia que esta dificuldade está ligada às outras funções exercidas pelas mulheres. “A tripla jornada de trabalho, cuidar da família e estudos trazem dificuldades às mulheres para ingressar na política”, lembrou.
Presidente do Solidariedade (SD) e pré-candidato a prefeito da Serra, o professor Artur Costa conta que historicamente as mulheres tiveram poucos direitos na política. “Apesar do cargo máximo da República ser ocupado por uma mulher, a participação feminina brasileira nas esferas do poder ainda é baixa. Parece-me que a representação feminina no poder não acompanhou a emancipação observada em outras áreas da sociedade”, contou o professor.
Já o presidente do PSDB, José Carlos Buffon, diz que “Os partidos enfrentam dificuldades para convencer uma mulher a disputar eleições, ainda mais neste momento de falta de credibilidade. A política do jeito como está não é atraente às mulheres”, apontou.