Restando 12 meses para a eleição de 2020, as costuras de bastidores seguem no ritmo. As decisões definitivas serão afuniladas lá para março do ano que vem. No entanto neste momento é hora de sentar nas mesas de negociações, fazer balões de ensaio e começar a desenhar o escopo das candidaturas. O PDT será um dos players que deverá protagonizar o pleito. Naturalmente, haja vista que é o partido do deputado federal Sérgio Vidigal, que articula pelos bastidores uma candidatura a prefeito.
De acordo com informações do núcleo pedetista, a intenção seria atrair o vereador Cabo Porto (atualmente no PSB) para uma vice de Vidigal. Uma fonte ouvida pela reportagem – que pediu anonimato, devido ao tema estratégico, afirmou que é grande a possibilidade do PSB, partido do governador Renato Casagrande, fazer uma composição com Vidigal. Com isso, os socialistas indicariam a vice.
Ocorre que o PSB da Serra é controlado pelo deputado licenciado e secretário estadual, Bruno Lamas. O núcleo vidigalista é resistente à ideia de colocar algum membro da família Lamas na vice, que poderia ser Márcia Lamas (mãe de Bruno e atual vice de Audifax) ou o produtor de eventos Adaucto Lamas (irmão de Bruno). Vidigal estaria querendo atrair Porto, pelo fato do vereador ter uma liderança forte na região de Jacaraípe – berço político de Vidigal, além de trazer para a chapa votos de eleitores posicionados no espectro de direita.
Com isso, Vidigal daria uma tacada quadrupla: 1 – ‘pegaria’ o PSB, partido do governador, e que tem acesso a fundo eleitoral e partidário; 2 – afastaria a influência dos Lamas; 3 – intensificava sua ascendência sobre Jacaraípe; e 4 – diversificava seu potencial competitivo nas urnas, atraindo votos de eleitores de direita.
Esse xadrez político é complexo, mas longe de ser impossível. A figura chave para desatar esse nó é Casagrande. Vidigal está incluso dentro do polo político do governador. O PDT é partido da base governista, e Casagrande não pode deixá-lo solto.
PDT não nega intenção de atrair Porto
Procurado pela reportagem, por meio de sua assessoria, Vidigal não respondeu. Portanto, também não negou que haja intenção de atrair Cabo Porto para uma vice em 2020. Já o diretório da Serra, por meio do presidente Alessandro Comper, também não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Porto cobra valorização de “quem está com ele”
Em nota enviada para a redação do TEMPO NOVO, Porto se disse “feliz” e cobrou “valorização” de seus aliados políticos: “Comigo nunca foi feito nenhuma conversa neste sentido. Porém, fico feliz por ter meu nome lembrado, significa que nosso trabalho na Câmara está sendo reconhecido. Ainda é cedo para tratar desse assunto de eleição, até porque a questão partidária é uma coisa que vamos definir somente em 2020. Eu valorizo quem está comigo, portanto, acho que também devo ser valorizado, vou continuar conversando com minhas bases e tomar todas as decisões em conjunto, sempre é claro também, ouvindo a população”.
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