Por Renato Ribeiro
Não é só Vila Velha que tem áreas de risco de deslizamento de pedras, onde um bloco de 3 mil toneladas destruiu casas e deixou cerca de 400 pessoas desalojadas na última semana. Na Serra há perigo em pelo menos dois bairros: Pitanga e Divinópolis.
Erguido aos pés do Mestre Álvaro, há muitas pedras grandes soltas – os chamados matacões – na parte alta do bairro. Abaixo dessas pedras, casas.
“Essa preocupação de nossa comunidade é antiga. Já alertamos a Defesa Civil no passado sobre a possibilidade de deslizamento de uma rocha aos fundos de uma rua do bairro onde há inúmeras residências. Temos duas mineradoras que atuam no bairro e o tremor das explosões preocupa ainda mais, pois podem fazer as pedras mexerem e deslizarem”, alerta o presidente da Associação de Moradores, Luiz Henrique Fernandes.
Morador do bairro há 73 anos, o Sr. João Duarte Fernandes, diz que nos períodos de chuva os moradores ficam apreensivos. “Se uma das pedras descer, pelo tamanho que tem, vai derrubar as casas que estão em seu caminho até chegar à rua”, adverte.
Outro bairro que também vive a mesma situação é Divinópolis, que fica na região da Serra-sede, aos pés do morro do Vilante. Segundo o seu Líder comunitário, Rogério Rodrigues da Silva, a Defesa Civil já esteve no local avaliando as pedras. “Há casas construídas embaixo delas”, relata.
O diretor da Defesa Civil da Serra, Olimar Rosa da Silva, disse que tem realizado inspeções nas duas comunidades. A previsão é que seja feito um laudo da situação até a próxima semana. No momento em que a reportagem visitava o bairro Pitanga, na última quinta (07), a Defesa Civil fazia vistoria no local.
“Estivemos em Pitanga analisando a área de risco e estaremos visitando o bairro Divinópolis novamente. A partir do relatório que finalizaremos na próxima semana, será possível a definição de ações de contenção e até mesmo de erradicação dos riscos de deslizamento”, concluiu Olimar, que também é capitão de Corpo de Bombeiros.