Por Yuri Scardini
Sob um olhar nu, pode-se pensar que a diferença orçamentária entre Serra e Vitória não é tão grande. As duas cidades encabeçam a lista das que mais tem dinheiro. Em 2016, Vitória teve um orçamento de R$ 1.482 bilhão, enquanto a Serra, em segundo lugar, teve disponível R$ 1.061 bilhão.
Porém, quando se analisa o orçamento per capita das cidades, dos 78 municípios, Vitória cai para 4º lugar, enquanto a Serra despenca para 67º. Sem contar os abismos sociais que dividem as duas cidades.
Entre inúmeros motivos que explicam essa absurda diferença, está mais um capítulo de injustiça fiscal, envolvendo Vitória. Chama-se, Porto de Praia Mole.
Por isso, está marcada para a próxima terça-feira (15) às 19h, no ginásio do Setor Ásia, em Cidade Continental, uma audiência pública para debater os impactos do Porto de Praia Mole nas regiões vizinhas, além de tentar lançar luz à injustiça fiscal, no que tange ao ISS gerado no Porto, que vai todo para a capital Vitória.
Este assunto vem deixando lideranças da Serra incomodadas, já que grande parte dos impactos fica na Serra. A audiência é promovida pela Câmara da Serra, por meio da Frente Parlamentar de Desenvolvimento Econômico. Devem estar presentes lideranças comunitárias, vereadores, membros da prefeitura, OAB-Serra, representantes da Vale, ArcelorMittal, Academia de Letras e Artes da Serra, ambientalistas, entre outros.
Este é só mais um caso de injustiça fiscal que acaba beneficiando Vitória, frente aos municípios capixabas, há outros. No fundo, fica a sensação que a capital capixaba é grande demais para o ES e pequena demais para o Brasil.