Uma pesquisa realizada com pacientes que se submeteram a uma angioplastia na Unidade Coronariana do Hospital Metropolitano, na Serra, constatou que uma das medicações usadas no tratamento do infarto, o ticagrelor, é capaz de reduzir em até 24% o risco de ocorrência de outro ataque, morte e acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa será apresentada em outubro, no principal congresso europeu dedicado a situações de urgência e emergência cardiovasculares.
De acordo com o médico Eduardo Alberto de Castro Roque, 430 pessoas que realizaram angioplastia na instituição foram avaliadas durante um ano para que a equipe aferisse a sua evolução. O objetivo, ressaltou, é ampliar a segurança dos pacientes. E, claro, saber a razão pela qual um tratamento funciona melhor do que o outro.
Em comparação com outra droga usada no mercado e que até então era a base do tratamento do infarto (clopidogrel), o ticagrelor reduziu em 24% o risco de eventos graves – infarto, morte e acidente vascular cerebral (AVC), disse o médico.
Segundo Eduardo, desde 1990, não existia uma substância capaz de reduzir risco ou complicações do infarto sem aumentar o sangramento. “O ticagrelor trouxe essa outra fronteira. É um avanço significativo no tratamento do infarto”, afirmou.
De acordo com o médico, ainda falta explicar por que o benefício existe. “O trabalho é inovador porque encontramos um indício de que essa pode ser a razão de a medicação ser tão benéfica, ao reduzir a inflamação das placas de colesterol”. O trabalho, segundo ele, é considerado um dos dez melhores do congresso, e concorrendo a prêmio.