Por Eci Scardini
A presidente eleita da Câmara da Serra, vereadora Neidia Maura Pimentel (SDD) admite que pode deixar o seu partido, o Solidariedade, queixando-se de que há correligionários participando do movimento contra a sua liderança. Ela reclama do posicionamento e cobra respeito do prefeito Audifax Barcelos (PSB). Na entrevista concedida na nova sede do jornal Tempo Novo, Neidia comemorou sua relação com Paulo Hartung, afirmando que é a liderança municipal mais próxima do candidato ao Governo pelo PMDB. Avalia que a relação pode possibilitar novos horizontes para sua carreira política, revelando que não quer se limitar a ser vereadora.
A senhora deve assumir em janeiro a Presidência da Mesa Diretora da Câmara da Serra. Mas há vereadores, inclusive do seu partido, pedindo na Justiça a anulação da sessão que a elegeu. Como é conviver com as pessoas que votaram na senhora e agora pedem a anulação?
Não dá para entender que os 23 vereadores elegeram por unanimidade a presidente e, desses, sete entram na Justiça para cancelar esta eleição. Me abalou a atitude de três vereadores do meu partido, inclusive o presidente da legenda, Rodrigo Caldeira, juntamente com os vereadores Cézar Nunes e Marcos Tongo, que também assinaram este documento e entraram na Justiça contra essa nova Mesa, da qual fui eleita presidente. Isso causou mal estar, principalmente dentro do partido que está estremecido. Eu acreditava que a legenda fosse abraçar a minha causa.
Isso faz com que a senhora repense a filiação partidária?
Com certeza, verei isso dentro da legalidade, para que não tenha problema algum no campo jurídico. Infelizmente não tem como me manter no SDD com todas as investidas que sofri. Qual será a minha segurança dentro deste partido? Como fico diante do presidente, vereador Rodrigo Caldeira, de Cézar Nunes e também de Marcos Tongo? Quem me acompanhou foi o vereador Jorjão, que não assinou o processo. Somos em cinco e três fizeram o movimento contra.
Qual sua motivação em apoiar a candidatura de Paulo Hartung ao Governo?
Primeiramente pela amizade, simpatia. Pela marca que deixou na nossa cidade e no Espírito Santo. Lógico que tenho uma visão política, não quero me limitar a ser vereadora, embora seja muito grata pelos três mandatos que a população me concedeu. Agora sendo a primeira mulher presidente da Câmara da Serra, depois de 183 anos. A cidade pede lideranças novas no município. E a partir desse movimento que fiz junto ao nosso futuro governador Paulo Hartung, tive um avanço na cidade e no Estado. A pessoa mais próxima de Hartung na Serra passou a ser a vereadora Neidia.
E a relação com o prefeito Audifax Barcelos (PSB) como anda?
Podemos caminhar lado a lado, em busca do melhor para a cidade e os munícipes; mas não podemos compactuar com algumas ações. Quando ganhei para presidente da Mesa falei que poderíamos caminhar juntos. Hoje, a situação da Casa tá muito difícil, não existe diálogo. Como presidente daquele parlamento farei o possível para estabelecer o diálogo. O prefeito precisa abrir o coração, tirar um pouco da mágoa. Quem mais precisa de nós é a população e pensando nisso precisamos conversar, sem entraves. Eu o respeito como autoridade e quero ser respeitada como vereadora, munícipe, mãe, mulher e, após 1 de janeiro, como presidente da Câmara.
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