É que a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) anunciou para o dia 17 de janeiro a licitação, na Bolsa de Valores de São Paulo, que vai definir a empresa que ficará responsável pela construção, operação e manutenção da estação de tratamento de efluentes sanitários da bacia de Camburi com fins de fornecimento de água de reuso para utilização industrial. O uso da tecnologia colocará fim ao odor.
O presidente da Cesan, Munir Abud, confirmou ontem (20), durante a apresentação do Painel do Saneamento, pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo, que haverá a subconcessão de reuso com o objetivo de desativar a ETE de Camburi, levando a estação para dentro da base de empresa ArcelorMittal.
“A Cesan estuda uma PPP (Parceria Público-Privada) com uma planta de dessalinização aqui no Estado, que será mais uma garantia de segurança hídrica para a população capixaba. Hoje temos a qualidade dos nossos rios, mas sabemos que essa realidade pode mudar”, declarou Abud.
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Conforme a Cesan, o projeto consiste na construção, operação e manutenção de estação elevatória de reversão de esgoto bruto, linhas de recalque e Estação de Produção de Água de Reuso (Epar), que terá capacidade instalada de 300 litros por segundo.
A vencedora do leilão vai investir R$ 240 milhões na construção da nova estrutura, que deve ser entregue em 2026 e irá atender a 164 mil moradores dos municípios de Vitória e da Serra. O prazo da concessão é de 30 anos. “Estou confiante que o certame será exitoso”, afirmou o presidente da Cesan.
A desativação da ETE é uma antiga bandeira de luta da Associação Comunitária de Jardim Camburi, conforme explicou o deputado estadual Fabrício Gandini (sem partido), morador do bairro, e que participou intensamente, ainda como vereador de Vitória, das discussões para a retirada da estação.
“Para o bairro, é uma vitória porque retira o incômodo odor, ou seja, a poluição do ar, que chega aos moradores e vai até a praia de Camburi, um atrativo turístico da capital. Além disso, a água servirá para reuso. Não será jogado mais o efluente ali na região de mangue”, comemorou Gandini.
O parlamentar, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, fez questão de destacar a importância da decisão para a natureza, uma vez que, nos casos em que o tratamento não é totalmente eficaz, o esgoto é atualmente lançado no maior mangue urbano do Estado, que se encontra na região.
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