Um trabalho pioneiro no Espírito Santo está sendo realizado na Serra. Trata-se de inclusão social por meio da natureza encampado pela ong Guardiões do Mestre que prevê levar pessoas com deficiência para conhecer uma das maiores montanhas do ES, que é o Mestre Álvaro.
O projeto Mestre para Todos utiliza uma cadeira especial própria para subidas e descidas em terrenos íngremes. Neste domingo (3) o segundo deficiente fará a aventura.
De início, o trajeto tem sido feito até as Três Marias que fica a 600 metros de altitude e possui uma vista de tirar o fôlego.
Para realizar a subida foi necessário comprar uma cadeira especial e adaptada para a prática. “Fizemos uma vaquinha, algumas pessoas colaboraram e a empresa Trib Comunicação bancou o restante que faltava e começamos a fazer a capacitação para planejarmos tudo direitinho”, conta Junior Nass, do Guardiões do Mestre.
Confira algumas imagens: Fotos: Guardiões do Mestre
De acordo com Nass, a primeira subida do Mestre para Todos aconteceu em março deste ano e a escolhida foi a menina Bruna que possui dificuldade de locomoção. “Antes de levá-la, nós mesmo do grupo testamos a cadeira especial numa subida em fevereiro. Todos nós subimos no equipamento para sentir a dificuldade… tanto para quem usa, quanto para quem empurra a cadeira”, explicou Nass que disse que nesta experiência a pequena Helena de seis anos também participou. “Ela não é deficiente, mas quis ter acesso a experiência e nos ajudou muito durante o percurso a presença dela ao lado da coleguinha”.
Helena ficou tão feliz que fez diversos desenhos contando como foi o diferente passeio que envolveu inclusão social num trabalho realizado por sua escola.
Junior comemora o sucesso da primeira subida e disse que a intenção é fazer pelo menos uma por mês. E neste domingo (3), será a vez do cadeirante Diógenes passar pela experiência. Ele poderá sentir e curtir a fauna e a flora do Mestrão.
“Deu tudo certo na primeira subida, foi extremamente emocionante, fizemos a subida e a descida, correu tudo como planejado. Foram sete horas total de subida e descida, sendo que uma hora usamos para contemplar a paisagem”.
Nass ponderou que todo trabalho é feito com muito cuidado, segurança e de forma voluntária. “Precisamos de no mínimo 10 pessoas – para orientar, limpar o caminho, tirar galhos e cuidar para que tudo corra bem e em segurança”.
A campanha para a compra da cadeira foi lançada em outubro do ano passado. O projeto ‘Mestre para Todos’, segue a mesma linha que o Montanha em Movimento do Rio de Janeiro.
Vale lembrar que os ativistas da ong são todos treinados e conhecem as trilhas do Mestre Álvaro como a palma da mão, ajudando inclusive em resgates de pessoas que se perdem na montanha, auxiliando o trabalho do Corpo de Bombeiros.
Os ambientalistas também agem como guardiões do monte, monitorando a vida silvestre que existe no Mestre Álvaro, fazendo registro de diversas espécies de animais.
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