Desabamento de parte do teto de uma residência na última segunda (25) deixou a comunidade apreensiva. Eles atribuem o problema às pedreiras do bairro.
Moradores de Pitanga estão apreensivos após o desabamento de parte do teto de uma residência no bairro, por volta das 12h da última segunda. Eles acusam uma das pedreiras que atuam no bairro de ser a responsável por este problema e também pelas rachaduras de dezenas de casas na comunidade.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do bairro, Luiz Henrique Fernandes, a comunidade teme consequências piores. “Temos casos de casas com rachaduras e uma pedra que foi arremessada sobre uma casa, atingindo um quarto. Aguardamos agora a votação de um projeto de lei enviado pelo prefeito Audifax Barcelos (PSB), que limita novas instalações de pedreiras na região”, frisa.
Por determinação do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) farão uma vistoria nas residências de Pitanga, que apresentam rachaduras para saber se existe relação entre as explosões das pedreiras, os tremores de terra e os problemas nos imóveis.
O alvo dos moradores neste momento é a pedreira Tervap Pitanga, cuja lavra está no Mestre Álvaro, a cerca de 200m das casas. À Tervap, o Iema informou que a empresa já está elaborando um relatório atualizado sobre as medições das explosões, com previsão de ser entregue nos próximos dias. Já a vistoria do Crea, o Instituto não revelou quando vai acontecer.
O representante da Tervap, José Carlos Zamprogno, disse desconhecer detalhes sobre a visita do Crea ao bairro Pitanga. E negou que os problemas apontados pelos moradores sejam provocados pelas atividades da empresa.
Movimento
“O parecer será dado pelo Iema. Não participamos da visita que foi feita por técnicos do instituto. Também não entendo porque a comunidade está fazendo este movimento, que mais parece político, já que são duas empresas na região que atuam no ramo”, disse. Zamprogno se referiu a Sobrita, outra pedreira que atua na região, mas a cerca de 800 metros das casas.
Em relação às novas medições sismográficas, Zamprogno informou que a Tervap já providenciou uma empresa para fazer a medição. “Queremos provar que a exploração da pedreira não provoca danos àquela comunidade”, explicou.
Comunidade questiona legitimidade de medição
Já o presidente da Associação de Moradores, Luiz Henrique Fernandes, acredita que durante as medições, a empresa pode optar por cargas menores de explosivos e mascarar o resultado.
No último dia 14, uma equipe do Iema, chefiada pelo presidente do órgão, Tarcísio Föeger, e moradores da região, quando realizaram uma vistoria no bairro. Em função das queixas dos moradores do bairro, foi solicitada pelo Iema à empresa Tervao que realize novas medições sobre as explosões. Também foi identificada a presença de rachaduras em algumas edificações, o que motivou o pedido de visita do Conselho Regional de Engenharia, para que elabore um parecer sobre a situação da estrutura das casas.
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