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Pó preto de Vale e Arcelor é matéria prima para pintura em protesto contra a poluição

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O artista mostra na varanda do seu ateliê, na Barra do Jucu, telas feitas com pó preto. Foto: Bruno Lyra 25/11/21

O pó preto lançado no ar pelas indústrias do Complexo de Tubarão (Vale e Arcelor Mittal Tubarão) que há décadas prejudica a saúde respiratória e o patrimônio dos moradores da Serra e cidades vizinhas na Grande Vitória também é usado como matéria prima para pintar quadros.

Trata-se de uma iniciativa do pintor capixaba Kléber Galveas,  que recolhe o pó preto que vem pelo vento e chega à varanda de sua casa na Barra do Jucu, em Vila Velha, localizada cerca de 20 km (em linha reta medida no Google Earth) ao sul das siderúrgicas. Com o material é pintada uma tela com tema alusivo à poluição do ar na região metropolitana.

A ação faz parte do projeto ‘O Complexo de Tubarão, a Vaca e a Pena’, iniciado em 1997 por Kléber para fazer uma “provocação artística” – como ele mesmo define – e chamar a atenção da sociedade capixaba sobre o grave problema gerado pela siderurgia.

Em publicação nas redes sociais, Kléber disse que a 26ª edição do projeto foi lançada no último dia 17 de março, quando é colocada uma tela branca virgem na posição horizontal na varanda de sua casa, voltada para a posição sudoeste e cercada de árvores que possui no quintal. O artista acresenta que, após 50 dias de exposição da tela à poeira, em 06 de maio, será feito um desenho sobre ela usando apenas o dedo. Kléber ressalta que essa é a metodologia usada desde o início do projeto.

Ainda na publicação, Kléber ressalta que ano passado mudou o nome do projeto, que até então se chamava ‘A Vale, a Vaca e a Pena’. “Acontece (a troca) por ser nossa intenção estender a provocação artística a todo o Complexo de Tubarão, que envolve mais de uma empresa. Também não é justo focarmos a nossa provocação artística apenas nas empresas poluidoras, quando o principal responsável é o Governo”, escreveu.

E foi além: “Em 2008, quando já existia uma consciência formada sobre a impropriedade da localização das siderúrgicas em Tubarão, e elas obtinham um lucro astronômico, sem cuidar com zelo da poluição, o (então) governador Paulo Hartung nomeou para a Secretaria do Meio Ambiente a ex-diretora (Maria da Glória Brito Abaurre) da empresa (Cepemar) encarregada da licença ambiental e autorizou a duplicação do parque siderúrgico e, consequentemente, da poluição”, criticou no texto publicado.

Ainda na mesma publicação, Kléber alerta para o alto índice de mortalidade que a poluição do ar provoca. “Segundo a Organização Mundial da Saúde, a pandemia da covid-19 matou 3 milhões de pessoas em 2020 e a poluição atmosférica 7 milhões. Não se percebe a contradição do governo, que diz zelar pela vida dos cidadãos? E a inércia dos capixabas que enfrentam problema sério e letal? Como explicar”, questiona.

Legenda: Tela feita pelo artista em 2012, numa das edições do projeto. Foto: Reprodução/Facebook

Empresas dizem operar dentro da lei

Toda vez que são questionadas sobre o pó preto que lançam no ar, Vale e ArcelorMittal afirmam que emitem os poluentes dentro dos padrões exigidos por lei e pelas licenças ambientais concedidas pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Apesar disso as duas empresas assinaram um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) em 2017 se comprometendo a reduzirem suas emissões.

O fato é que o problema do pó preto persiste. Ainda mais quando junta o calor, o vento e a falta de chuva na Grande Vitória, como tem ocorrido nas últimas semanas.

Órgão funciona em terreno doado por siderúrgica

Quando questionado sobre o problema da poluição das siderúrgicas, o Iema afirma que cumpre seu papel de licenciar e fiscalizar as empresas. E que diz que quando encontra incorformidades, autua e multa as mesmas, além de exigir correção das emissões além do limite legal.

A Sede do Iema fica em Jardim América, em Cariacicia, num terreno com prédios doados pela Vale. Esse terreno está localizada ao lado da estação de trem de passageiros Pedro Nolasco. O atual diretor-presidente do Iema, o engenheiro mecânico Alaimar Fuiza, trabalhou 30 anos na Vale antes de assumir o cargo em 2019 a convite do governo Renato Casagrande.

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