Um quarto de século, 25 anos. Esse é o tempo em que o médico Sérgio Vidigal se dedica à política local, como vereador, deputado estadual e prefeito três vezes. Nos curtos intervalos em que ficou sem mandato, teve uma rápida passagem pela subsecretaria de Estado da Saúde e também pelo Ministério do Trabalho.
Nesse período, Vidigal amadureceu, se tornou um líder político importante para a Serra, ampliou o leque de relacionamento através da presidência regional do PTD e também através dos dois mandatos de deputada federal que sua esposa, Sueli exerceu na Câmara dos Deputados.
Essa dedicação quase que exclusiva à política local, deu a Vidigal um amplo conhecimento da cidade e também como deve ser administrado um município. Como presidente regional do PDT, ele conhece todos os municípios do Estado e tem base eleitoral em todos eles, se constituindo ao longo desses anos como uma liderança estadual, porém sem ainda ter experimentado um cargo de atuação nacional.
Como liderança máxima do PDT, colocou-se no centro das articulações políticas do Estado, conversando diretamente com os grandes nomes da política estadual, como senadores, governadores e deputados federais.
O que faltava a Vidigal para se consolidar como uma grande liderança estadual, saindo dos limites da Serra e ganhando maior notoriedade nos demais municípios era um mandato federal, onde ele estivesse frente a frente com os grandes nomes da política do país, discutindo os grandes temas nacionais, sem perder de vista os temas estaduais e o municipal.
Essa lacuna na história politica de Vidigal está sendo preenchida com o mandato de deputado federal, assumido em março e desde então vem dando demonstrações de que os anos que passou como prefeito da Serra, foram importantes para muitos posicionamentos assumidos na Câmara Federal. Por formação política Vidigal é um municipalista, mas está se tornando um parlamentar eclético, estudando e se aperfeiçoando em temas nacionais bem diversificados.
Dentre os atuais parlamentares do Espírito Santo (10 deputados e três senadores), Vidigal vem se destacando por posicionamento firme diante do cenário econômico e político nacional e pregando uma nova postura e um novo comportamento das autoridades e lideranças nacionais no exercício do poder.
Ou seja: Vidigal está gostando de Brasília, gostando do ambiente na Câmara Federal. Agora, mudar e aperfeiçoar a mentalidade de boa parte dessas grandes lideranças se tornou um grande desafio para Vidigal.
União para Serra decolar
Os ares de Brasília, a aproximação com o Palácio Anchieta e a convivência com o governador Paulo Hartung, despertou em Vidigal um discurso mais desenvolvimentista, se descolando um pouco do discurso filantrópico que marcou a trajetória dele nas três passagens pela Prefeitura da Serra.
O ex-prefeito sabe que a Serra do futuro precisa de uma nova âncora em sua economia, pois a matriz econômica que existe hoje já não gera mais os impostos necessários para manter a crescente demanda da cidade.
Nesse aspecto, tanto o prefeito Audifax Barcelos quanto o ex, Sérgio Vidigal parecem pensar iguais. Para a Serra executar os investimentos necessários para atender a demanda da população nos campos da saúde, educação, mobilidade urbana, segurança, entre outros que consomem vultosos recursos, é necessário uma nova matriz de negócio.
A ArcelorMittal, o parque industrial instalado e a expansão dos setores de comércio e serviços que estão aí postos, mal conseguiram gerar recursos para o custeio das despesas municipais, ficando o município com baixíssima capacidade de investimentos.
A única oportunidade que tanto um quanto o outro vislumbram é realmente o aeroporto internacional de cargas. Esse é grande negócio do futuro para a Serra.
É uma âncora para a economia local de baixíssimo investimento público, todos os dois querem, a Serra precisa e não está difícil sair não, basta acertar na mão e procurar os caminhos certos.
Talvez esse seja o início do fim da crise para a Serra.