Por Ana Paula Bonelli
A Polícia Militar confirmou que foi um policial que atirou numa cadela no bairro Itararé, em Vitória na última quarta-feira (27).
Em nota a Corregedoria da Polícia Militar informou que o fato aconteceu na terça-feira (26) e que o dono do animal formalizou uma reclamação sobre o ocorrido nesta quarta-feira (27). Disse ainda que o policial militar atirou devido a reação agressiva do animal. Como as versões do policial e do reclamante divergem, será instaurada uma sindicância para apurar os fatos.
A dona da cadela Troia, contesta a resposta da Corregedoria. “Na mesma hora que aconteceu ligamos para a Corregedoria para registrar a queixa, de madrugada ainda. Tanto que quando chegamos lá para protocolar os documentos na quarta eles já tinham tudo anotado. A Troia não é agressiva e nem avançou nele. Ele está mentindo”, diz.
Segundo a dona, a cadela é de quintal e dócil. “Ela tem muito medo de fogos e naquele dia estavam soltando muitos. Os policiais subiram o morro para fazer o trabalho deles. Quando subiram ela latiu, quando desceram ela latiu. Os outros policiais ignoraram a cachorra, mas este especificamente, se incomodou com os latidos e atirou nela com uma pistola de 40 milímetros. A cadela saiu correndo gritando de dor e o policial muito agressivo mandava todo mundo calar a boca. Tentamos pegar a cápsula do chão, mas ele pisou na mão da minha irmã para impedir”, detalha.
A cadela está internada no Centro de Especialidades em Saúde Animal (Cesa) em Vitória onde foi submetida a uma cirurgia de reconstrução da face. A bala entrou na parte superior do focinho saiu pelo céu da boca atingindo a língua e descendo pela sua base saindo pelo pescoço. A cadela está se recuperando bem, mas ainda corre risco de morte.
“Hoje estivemos na clínica pela manhã e ela está bem melhor. Abanou o rabo e chorou. Nossa prioridade é a vida da Troia. Mas queremos justiça, ele terá de pagar o tratamento da cachorra”, disse.
Acrescenta ainda que irá entrar com uma ação de indenização contra o Estado. “Um policial destes não tem condições psicológicas de estar nas ruas. Se ele fez isso com um animal indefeso imagina o que não faz com um ser humano”.