A Polícia Civil afirmou que não houve nenhuma tentativa de assassinato contra o candidato a prefeito da Serra, Pablo Muribeca (Republicanos). A investigação se refere à ocorrência registrada na noite de quarta-feira (23), em Central Carapina. Nas redes sociais, Muribeca havia alegado que foi alvo de uma tentativa de atentado contra sua vida.
O delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, foi o responsável pela investigação do caso. Segundo ele, o incidente ocorrido no bairro Central Carapina não teve qualquer relação com a campanha de Pablo Muribeca. O candidato estava no local acompanhado de apoiadores e do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini.
O delegado Rodrigo Sandi Mori esclareceu que o ocorrido foi resultado de uma disputa entre gangues rivais envolvidas com o tráfico de drogas na região. Um dos criminosos avistou seu rival passando pela rua, no momento em que a campanha de Pablo Muribeca estava presente, e decidiu “aproveitar a oportunidade” para tentar eliminá-lo. O delegado reforçou que a situação não tinha relação direta com o candidato ou sua equipe.
“Não houve nenhuma tentativa de assassinato ou atentado contra o candidato Pablo Muribeca”, enfatizou Sandi Mori.
De acordo com informações da Polícia Civil, dois integrantes da gangue da Favelinha, que estavam em uma bicicleta, avistaram um membro da gangue da Vala no local onde a carreata do Republicanos passava, em Central Carapina. Ao identificarem o rival, os dois criminosos teriam se aproximado com a intenção de matá-lo, conforme relato de um dos suspeitos à polícia.
No momento em que se aproximavam da vítima, um dos suspeitos teria sido impedido por um dos apoiadores da campanha de Pablo Muribeca, que reagiu ao perceber o homem armado circulando entre os participantes da carreata. Após conseguir se desvencilhar, o suspeito efetuou disparos para o alto enquanto tentava fugir.
Durante a fuga, o traficante acabou sendo atingido por um tiro na perna. A polícia trabalha com a hipótese de que o disparo que feriu o suspeito tenha sido efetuado por alguém que estava na carreata do deputado.
“[O tiro] partiu possivelmente de alguém que estava ali na comitiva. Nós estamos investigando e vamos identificar de onde saiu esse disparo que atingiu a perna desse indivíduo, que a princípio estava ali no local para matar um inimigo e não qualquer membro daquela comitiva”, afirmou o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
Em depoimento à polícia, Pablo Muribeca revelou que três ou quatro pessoas que participavam da carreata em Central Carapina na noite de quarta-feira estariam armadas, mas o candidato não especificou quem seriam essas pessoas. Após o incidente, Muribeca registrou um boletim de ocorrência na 3ª Delegacia Regional da Serra e emitiu uma nota lamentando o ocorrido.
Após os disparos durante a carreata, a Polícia Militar foi acionada e notificou a Polícia Civil. Investigadores foram até o Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, onde um homem havia dado entrada com um ferimento de arma de fogo na perna. Durante o interrogatório, o suspeito admitiu que estava no local da carreata com o objetivo de matar o membro da gangue rival.
“Em nenhum momento quis atentar contra o deputado ou qualquer membro da comitiva. Ele confessa que efetuou os disparos de arma de fogo na tentativa de fugir. Por estar com uma arma ilegal e efetuar disparos de arma de fogo, ele foi autuado em flagrante pelo crime de disparo com arma de fogo”, afirmou o delegado.
Após ser autuado, o homem, que já tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas, teve a fiança fixada em R$ 10 mil. Até a tarde desta quinta-feira, o valor não havia sido pago, e ele permanecia sob custódia.
O prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), aliado de Muribeca e presente na carreata, também será ouvido pela polícia como testemunha do caso. O depoimento está previsto para ocorrer nesta sexta-feira (25).
Na noite desta quinta-feira, Muribeca publicou um vídeo em suas redes sociais agradecendo às forças de segurança pela rápida elucidação do caso.
Conforme informado anteriormente pelo Jornal Tempo Novo, a denúncia do suposto atentado foi feita através de stories em suas redes sociais, onde Muribeca, visivelmente abalado, declarou que tentaram tirar sua vida. No entanto, as publicações foram apagadas pouco tempo depois, e por volta das 20h30, o candidato mudou a versão dos fatos.
Inicialmente, Muribeca afirmou em vídeo: “Tentaram me matar aqui em Central Carapina, mas graças a Deus estou bem”, repetindo a acusação em outro momento: “Tentaram me matar, tentaram me matar”. Essas declarações, feitas de forma enfática, desapareceram de suas redes sociais em seguida.
Mais tarde, Muribeca divulgou uma nova nota em seu perfil no Instagram, na qual reformulou a narrativa sobre o incidente. Na nova versão, ele já não mencionava diretamente uma tentativa de homicídio. Em vez disso, afirmou que houve disparos de tiros nas proximidades de onde ocorria sua campanha, sem confirmar se ele próprio havia sido o alvo dos tiros.
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