Bruno Lyra
Sai na próxima semana o resultado da análise encomendada pela prefeitura sobre as águas negras jogadas pelo rio Jacaraípe na praia do Barrote, cujas imagens tiveram grande repercussão na internet. A informação é da assessoria de imprensa da prefeitura da Serra.
Mesmo sem análise divulgada, moradores, comerciantes, surfistas e ambientalistas garantem que a coloração tem a ver com a forte carga de esgoto despejada na bacia do rio, formada pelas águas das poluídas lagoas Juara e Jacuném. Segundo eles, isso pode ser comprovado pelo forte odor que emana das águas da praia do Barrote, além da coloração típica.
O assunto vem gerando forte polêmica. Principalmente porque desde janeiro da 2015 a Serra tem Parceria Público-Privada (PPP) para a gestão do esgoto, onde participam a estatal Cesan e a empresa particular Serra Ambiental. O objetivo da PPP era justamente ampliar e melhorar coleta e tratamento de esgoto no município, o 1º do ES a ter esse formato de gestão, atualmente já estendido para Vila Velha. Pelo contrato a Serra Ambiental investe nas melhorias e ampliações e é paga com a taxa de esgoto recolhida pela Cesan junto ao consumidor.
Esta semana o vereador Aécio Leite (PT) protocolou denúncia no Ministério Público Estadual instando o órgão a questionar a taxa de esgoto que a Cesan cobra na conta de água, que equivale a 80% do consumo do líquido. Na semana anterior, sete vereadores assinaram um requerimento ao Tribunal de Contas do ES pedindo auditoria no contrato da PPP do esgoto.
“Junto a esses pedidos anexamos o vídeo mostrando a sujeira sendo levada pelo rio para o mar de Jacaraípe”, frisa Aécio. Em 2016 a Câmara da Serra já havia feito uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a situação do esgoto na cidade, onde concluiu que havia inconformidade em relação à cobrança da taxa e a qualidade do serviço prestado.
A reportagem solicitou da Cesan/Serra Ambiental em relação às críticas, mas não obteve retorno até o encerramento desta edição às 18h de ontem (17).