Por meio de interlocutores, Audifax e Vidigal conversam sobre aliança eleitoral no ES

Por: Conceição Nascimento/ Yuri Scardini

Uma reunião ocorrida recentemente entre líderes capixabas do PDT e da Rede causou ebulição nos bastidores políticos da Serra. Estamos próximos da eleição e é normal que as siglas se reúnam. Entretanto, quando se trata dos partidos do prefeito Audifax Barcelos (Rede) e do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), o panorama muda completamente.

Desde 2008, Audifax e Vidigal protagonizam um racha que permeou o cenário político desde então, e agora a pergunta que se faz é: será esse o início para a retomada da antiga aliança? Além da reunião, outro fato que causou espanto, foram às pessoas envolvidas.

Do lado da Rede, sentaram-se a mesa: 1. Lais Garcia, porta-voz nacional da Rede e muito ligada a Audifax; 2. O experiente ex-deputado Roberto Carlos, que no passado recente foi secretário de Trabalho Emprego e Renda da gestão de Audifax, e agora presta assessoria ao senador Fabiano Contarato; 3. E por fim, mas não menos importante, Jolhiomar Massariol. Para quem anda no meio político, dispensa apresentações. Para aqueles que não, deve-se ressaltar, que se trata do braço direito do prefeito. Aquele que na ausência de Audifax, responde pela Prefeitura.

Do lado do PDT, foram: 1. Weverson Meireles, jovem que assumiu liderança no grupo do ex-prefeito e que atualmente ocupa a secretária geral do PDT no ES (presidida por Vidigal) e também a chefia de gabinete de Vidigal; 2. Além dele, esteve Alessandro Comper, que é presidente do diretório da Serra e de extrema confiança de Vidigal.

A reunião: bloco nacional aproxima partidos, mas na Serra o ‘buraco é mais embaixo’

A iniciativa da reunião partiu da Rede e ocorreu na sede estadual do PDT, em Vitória. Procurado, o porta-voz estadual da legenda, André Toscano, que também é assessor de confiança de Audifax, confirmou que há uma aproximação em curso ancorada no bloco que se formou a nível nacional e confirmou que na Serra, o candidato será o vereador Fábio Duarte:

“Nacionalmente, a Rede e o PDT tem uma aliança por meio do bloco de partidos formado pelo PV, Cidadania, PSB, Rede e PDT. A conversa com o PDT foi em nível estadual, inclusive falamos também sobre o município de Vila Velha, onde tem o interesse do PDT de apoiar a pré-candidatura a prefeito de Rafael Primo (Rede). A gente na verdade tem conversado com todos os partidos; fazendo conversas institucionais com todos e fizemos esta primeira conversa com o PDT estadual”, confirmou André Toscano.

Perguntando se pode haver aliança entre Audifax e Vidigal na Serra, André Toscano disse que a Rede tem candidato, que é o vereador Fábio Duarte. “Na Serra temos a pré-candidatura do Fábio Duarte, consolidada, em nível de partido. Uma candidatura que representa a continuidade dos avanços na cidade e a garantia de que a cidade não vai retroceder. E o Fábio vai defender o legado do prefeito Audifax, que hoje tem 75% de aprovação”, disse Toscano.

A reportagem também procurou o PDT. O secretário-geral do PDT/ES, Weverson Meireles (que esteve na reunião), confirmou: “a Rede pediu para conversar conosco, recebemos eles em nossa sede estadual a Lais, o Roberto Carlos e o Jolhiomar”.

O TEMPO NOVO procurou mais informações entre os demais líderes do PDT e pessoas do staff de Vidigal. E as informações bateram com as declarações dadas pela Rede, de que a reunião teve o cunho estadual em acordo com o bloco nacional, e que há possibilidade de alianças para a eleição de 2020, no entanto, a respeito da Serra, o “buraco é mais embaixo”, disseram.

Eleição na Serra

Diferente do PDT, a Rede já anunciou pré-candidatura a prefeito na Serra, como já citado pela reportagem. Fábio já responde como o escolhido por Audifax e percorre a Serra em pré-campanha levando o nome do prefeito. O PDT, por sua vez, segue sem pré-candidato oficialmente. Vidigal emerge, naturalmente, como o postulante, porém, nunca cravou que participará como player da eleição. Aliás, publicamente, Vidigal tem falado muito pouco sobre tudo e prefere ficar a espreita, o que é interpretado por algumas pessoas do meio político como um sinal de dúvida se será ou não candidato.