Por Arthur Ferreira
A Serra tem uma característica política peculiar em relação ao restante do Espírito Santo: tem mantido os mesmos prefeitos há 40 anos.
Essa conservação de prefeitos iniciou em 1976, na segunda eleição municipal pós-Golpe Militar de 1964. Após o golpe, breve momento de eleições indiretas foi imposto aos municípios, e apenas em 1972 o cidadão pôde voltar a escolher seu representante para prefeito através do voto.
Você sabe como foram feitas tais escolhas no município da Serra desde então? O primeiro prefeito serrano a ser aleito pós-Golpe Militar foi Aldary Nunes. Mas Aldary não conseguiu se consolidar no círculo político serrano, e o resultado após seu exercício foi o revezamento de apenas quatro nomes na principal cadeira do executivo municipal. De 1976 até 2016 duas duplas têm ocupado o cargo, são 40 anos, média de dez anos por prefeito. No período citado, tivemos José Maria Miguel Feu Rosa e João Baptista Motta nos primeiros 20 anos e Sérgio Vidigal (PTB) e Audifax Barcelos (REDE) nos últimos 20 anos.
Esse ano teremos novamente Audifax e Sérgio Vidigal no pleito. Ambos são considerados os principais concorrentes, e a falta de nomes fortes o bastante para concorrer com ambos, torna difícil uma mudança no cenário político serrano.
Se o domínio Vidigal-Audifax vai continuar ou se alguém novo vai ocupar a cadeira de prefeito é algo ainda obscuro, mas esperamos que, independentemente de quem seja, faça um trabalho diferente do que nossos últimos prefeitos fizeram.
Arthur Ferreira é historiador