Presidente estadual do PMDB, o deputado federal Lelo Coimbra foi um dos principais personagens da campanha de Paulo Hartung (PMDB), que volta ao comando do Governo do Estado a partir de janeiro. Temas com a situação do PMDB nessas eleições, a agenda capixaba com Aécio ou com Dilma, a polorização entre Audifax Barcelos e Vidigal na Serra, além de prioridades para o município estiveram presentes na entrevista concedida na redação do jornal Tempo Novo.
O PMDB se dividiu na disputa presidencial?
Houve um acordo interno tendo em vista que o presidente do partido (Michel Temer) é candidato a vice presidente na reeleição. Com isso dezessete estados fizeram outras opções – nove fizeram opção por Aécio e o restante optou por Eduardo Campos (morto em acidente aéreo em agosto). Nós temos 66 novos deputados, desses exatamente a metade é Dilma e a outra metade Aécio. Vejo o fim da experiência do PT, ele entrou em exaustão pelo modelo da gestão econômica.
Caso Aécio seja eleito de que maneira isso poderia ter rebatimentos positivos no Estado?
É a nossa opção e a agenda do Estado está estabelecida para ser retomada com o governo federal. A 101 é um contrato já assinado e nosso trabalho é acelerar os procedimentos. A concessão da BR 262 precisa ser retomada e devemos fazer um investimento público para garantir um pedágio mais barato no futuro. Outra questão importante é o aeroporto. A terceira agenda é criar uma rodovia federal com a ligação de Governador Valadares em Minas até o Noroeste capixaba e o Norte. Outro projeto seria a Leste Oeste e integrando com o porto de Vila Velha. Uma quinta intervenção é sobre investimentos da Petrobras no Espírito Santo e a instalação de uma refinaria em Linhares.
E caso seja eleita Dilma?
A agenda está posta. No caso da reeleição da presidente Dilma esses caminho serão percorridos da mesma forma.
Como o senhor enxerga o desempenho do partido no Estado e na Serra, que hoje tem menor participação na cidade?
No Estado o desempenho do PMDB é positivo pois fez o governador que é Paulo Hartung, a senadora que é a Rose de Freitas e deputado federal que fui eu. Quanto a Serra, consideramos que a as eleições municipais começar a ser organizadas agora e vamos fortalecer e revigorar o PMDB aqui.
Como o partido tem trabalhado a questão da infidelidade partidária?
Essa questão é um problema. Eu acho que afinidade partidária é necessária, mas nós precisamos fazer um movimento de reforma política. Essa eleição foi o último bastião do financiamento privado. Tenho a compreensão que esse formato não ajuda a governar. Acho que temos que fazer uma ampla reformulação. Se ela não for possível eu defendo duas ações imediatas que são a cláusula de barreira, que se estivesse funcionando teríamos sete partidos, pois os outros não teriam atingindo o patamar de 5% de votos nacionais. Outra solução seria o fim das coligações.
Existe alguma possibilidade do senhor assumir uma secretaria no governo de Hartung?
Eu assinei um contrato com a sociedade no dia 5 de outubro. A minha atitude agora é ajudar o governador a colocar o Eatado nos trilhos e representar a população no Congresso Nacional. Qualquer coisa que estiver dentro deste tema está dentro do que eu discuti com a sociedade. Cada coisa tem seu tempo. Uma questão importantíssima é a questão dos Royalties, e temos um risco maior no governo da Dilma em relação à divisão dos royalties. Qualquer discussão futura pode ser feita, mas em seu tempo. O debate que o governador quiser fazer será bem vindo e a conveniência será discutida.
Como o senhor avalia a situação do PSB do governador Casagrande?
Acho que o PSB sai fragilizado e a tendência é que não haja âncora local e nacional para ele e vão ter que repensar seus caminhos. Vão ter que estudar como manter o partido. Mas aí é cada qual no seu quadrado.
Aqui na Serra temos um cenário de polarização entre o prefeito Audifax Barcelos (PSB) e o deputado federal eleito Sérgio Vidigal (PDT). Acredita que isso pode gerar dificuldades para o município?
O Vidigal foi um grande parceiro durante a eleição e é um aliado do futuro governo Paulo Hartung. Tanto a maturidade Vidigal e a experiência de segundo mandato de Audifax vão produzir perfis de articulações que interessam o município mesmo pela divergência politica.
O senhor vai direcionar emendas federais para o município?
A emenda parlamentar tem um limite. Por isso negociamos que 50% vai para a saúde e outros 50% vai para outras questões como escola, estrutura urbana. No caso da Serra, não tenho a agenda ainda, mas preciso conversar com Audifax e vou contribuir com relação a emendas parlamentares que possam somar em benefícios para o município. Fora das emendas, duas frentes importantes são a possibilidade de um aeroporto de cargas, além do contorno do Mestre Álvaro.