A polêmica sobre a liberação e circulação de cães no parque Pedra da Cebola, em Vitória, parece ter chegado ao fim. Isto porque, depois de um movimento grande de ativistas da sociedade civil, o prefeito Lorenzo Pasolini, mostrou sensibilidade e irá excepcionalizar o espaço público do decreto que versa sobre a circulação de cachorros em parques municipais da capital.
O movimento aconteceu ao longo desta semana, e se deu por conta da quantidade de animais que vivem livres na Pedra da Cebola, cerca de 200 a 250 contando com gatos, lagartos, patos, galinhas, gambás, ganso e pavão. O parque possui oito colônias com cerca de 200 gatos saudáveis, castrados e que são cuidados diariamente pelo médico Fernando Furtado de Melo com alimentação e água fresca.
A notícia de que a Pedra da Cebola será excepcionalizada foi publicada nas redes sociais da deputada Janete de Sá, na manhã desta quinta-feira (2). “O prefeito fez um compromisso conosco. A Pedra da Cebola não receberá cães para evitar o estresse e incidentes com a colônia de gatos, aves e répteis que habitam no parque, além de preservar o meio ambiente. O prefeito promete excepcionalizar a Pedra da Cebola”, disse ela no post.
O prefeito confirmou a fala da deputada. “Respeitando sempre a característica da Pedra da Cebola e a colônia de gatos que lá existe que é muito bem tratada por diversas ongs coletivas e pela sociedade civil organizada e nós agradecemos muito por essa colaboração”, disse Lorenzo Pasolini.
Fernando foi um dos cuidadores da colônia de gatos que botou a boca no trombone para lutar pelos bichos que lá vivem. “Mais do que feliz, estou aliviado com a decisão do prefeito. Não dava para passar por cima de princípio de preservação e prevenção. É algo muito maior do que simplesmente liberar cachorro, o prefeito ganha ponto com isso, e eu agradeço, a todos que me ajudaram, a sociedade, a todos. O secretário de Meio Ambiente prometeu câmeras de videomonitoramento no parque. Vamos trabalhar agora para ter medidas de melhorias, para o bem de todos e para o bem comum”, disse o médico que cuida dos animais com dinheiro do próprio bolso desde 2017.
Os gatos da Pedra da Cebola recebem os cuidados também da ong Gatinhos da Pedra da Cebola que auxilia com cuidados veterinários e castração dos animais.
Desde que foi entregue a população em 1997, é proibida a entrada de cães no Parque que tem uma mata nativa preservada.
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Compromisso firmado em reunião nesta quinta-feira
O compromisso de Pazolini, foi firmado em reunião realizada na Prefeitura Municipal de Vitória, na manhã desta quinta-feira (02), entre a deputada estadual e presidente da CPI de maus-tratos contra os animais, Janete de Sá, o prefeito, Lorenzo Pazolini e o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Foeger e teve como pauta a situação da liberação do acesso a cães nos parques municipais urbanos da capital.
A Deputada parabenizou o órgão municipal pela iniciativa, mas ressaltou que deveriam ser observadas algumas particularidades, como a dos 200 felinos que vivem soltos no parque da Pedra da Cebola.
A prefeitura municipal foi informada pela deputada que o Código Estadual de Proteção Animal (Lei Estadual nº 8.060/2005) proíbe que os animais domésticos sejam colocados em ambiente de estresse e que prejudiquem sua dignidade e bem estar, além de que é preocupação de diversos tutores independentes e ONG’s, que acolhem os mais de 200 gatos que vivem livres no local, de que o contato entre animais que possuem relação de caça e predatismo seja danoso aos animais.
Diante da situação apontada pela deputada, o prefeito Lorenzo Pazolini decidiu que o programa a ser inaugurado pela Prefeitura abrangerá apenas os demais parques municipais, excluindo-se o parque da Pedra da Cebola devido às suas particularidades.
“O prefeito fez um compromisso conosco. A Pedra da Cebola não receberá cães para evitar o estresse e incidentes com a colônia de gatos, aves e repteis que habitam o parque, além de preservar o meio ambiente. É satisfatório o resultado parcialmente obtido até o momento, que é uma vitória para o bem estar animal, vamos continuar acompanhando o caso”, ressaltou Janete de Sá.