Não. Essa foi a resposta dada pelo Município e também pela comunidade de Putiri ao projeto de gestão de lixo, o qual inclui aterro de resíduos, que a empresa Serragroindustrial pretende instalar entre Serra Sede e Nova Almeida, nas cabeceiras da lagoa Juara.
Em comunicado envidado pela assessoria de imprensa, no início da noite de ontem (5), a Prefeitura da Serra disse que negou a solicitação de viabilidade do projeto feito pela Serragroindustrial, porque a área pretendida está na “macrozona de uso sustentável” e por ser uma “atividade de alto impacto ambiental”.
O comunicado diz que a Secretaria de Meio Ambiente (Semma) deu parecer contrário, mas como a empresa entrou com recurso, o caso será avaliado pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMAS). A Prefeitura disse, ainda, que a própria comunidade do entorno da localidade de Putiri entrou no Ministério Público com ação contrária à instalação e o caso está aguardando decisão.
Por e-mail, o sócio administrador do projeto, Carlos Augusto Pretti Moraes, disse que a intenção é implantar uma “central de valorização de resíduos, com compostagem orgânica segregada na fonte, biodigestor para geração de energia e geração fotovoltaica”.
De acordo com o site consultacnpj.com, a empresa tem o endereço no KM 09 da Rodovia ES-351 (estrada Serra Sede – Nova Almeida), na fazenda Três Lagoas. Na propriedade, passa o Ribeirão Juara, curso d’água que desce da região entre Chapada Grande e Muribeca e forma a lagoa Juara, em Jacaraípe. A fazenda fica nas proximidades de Putiri, onde já existe outro aterro de resíduos, este da empresa Vitória Ambiental.
Segundo a descrição da atividade da Serragro, a empresa pode operar com usina de compostagem; tratamento e disposição de resíduos não perigosos; comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos de solo; aluguel de máquinas e equipamentos industriais; geração e transmissão de energia elétrica.
Na Serra, além da Vitória Ambiental, cujo aterro é voltado para atender rejeitos industriais – inclusive perigosos, como óleos e graxas –, há o aterro da empresa Manancial, especializado em rejeitos da indústria de rochas ornamentais. Este fica aos pés do Mestre Álvaro, entre Pitanga e Nova Carapina.
Já o lixo doméstico gerado na Serra vai para o aterro da empresa Marca Ambiental, localizado às margens da Rodovia do Contorno (BR-101) em Cariacica.