Servidores que trabalhavam com a técnica de enfermagem da Serra, Bernadete Cristina Marques, na Unidade Básica de Saúde de José de Anchieta I, serão acompanhados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesa). De acordo com o Município, os funcionários terão seu estado de saúde monitorado para saber se mais alguém foi contaminado pela Covid-19, após a profissional morrer por complicações da doença. No entanto, a Sesa não informou se irá testar os profissionais.
Bernadete, era moradora de Serra Dourada II, trabalhava no posto de saúde de José de Anchieta e morreu após ser infectada pelo coronavírus e ficar internada oito dias no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, em Morada de Laranjeiras. Além de atuar na unidade, a vítima fazia horas extras na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serra Sede. Sua morte ocorreu no último sábado (22), por volta das 05h10.
Ao TEMPO NOVO, a Secretaria de Saúde informou, por meio de nota, que lamenta a morte da servidora. Disse ainda que todos os servidores que trabalhavam com Bernadete estão sendo monitorados. “Os funcionários da Unidade de Saúde onde trabalhava a servidora também estão sendo acompanhados e monitorados. A prefeitura está realizando testagem em massa dos servidores da saúde”, diz o texto da nota.
Ainda segundo a Sesa, os familiares da técnica de enfermagem morta estão recebendo “total assistência e apoio psicológico aos familiares”.
O sepultamento do corpo da técnica de enfermagem da Serra que morreu por complicações da Covid-19 aconteceu na tarde deste sábado em São Domingos, região de Serra Sede. Sem cerimônias e com caixão lacrado, familiares e amigos da vítima se reuniram para tentar se despedir uma última vez de Bernadete Cristina Marques, que trabalhava na Unidade Básica de Saúde de José de Anchieta.
Antes de ocorrer o enterro, profissionais de saúde, que eram colegas de trabalho da vítima, se reuniram na BR-101 e foram até o cemitério numa carreta em forma de homenagem. O sepultamento aconteceu por volta das 13h30 e durou, no máximo, uns cinco minutos. Por conta do risco de transmissão do coronavírus, o caixão não foi aberto e chegou da funerária com um saco plástico transparente que o cobria inteiro. Os parentes mais próximos da vítima estavam no local, todos muito abalados.
Mãe de quatro filhos, Bernadete – 39 anos – começou a sentir sintomas da doença há uma semana, mas acreditou ser apenas cansaço do seu serviço. Além do posto de saúde, a serrana também fazia algumas horas extras na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serra Sede. O quadro dela piorou no último sábado (15) quando foi atendida na UPA de Castelândia e já encaminhada às pressas para o Jayme, em Morada. No local, ela foi internada na UTI e ficou sedada desde então.
Colegas de trabalho de Bernadete afirmaram ao TEMPO NOVO que ela já tinha sentido falta de ar na semana passada, dias antes de ir ao médico. Por conta da piora no caso, a família da profissional de saúde estava realizando orações em frente ao hospital e pediu apoio dos moradores da cidade. Pelas redes sociais, muitos amigos e parentes estão deixando suas mensagens despedida e consolo.
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