Thiago Albuquerque
A Ação da Polícia Federal que desarticulou um esquema nacional de corrupção envolvendo fiscais sanitários e frigoríficos que vendiam carnes vencidas e com substâncias inadequadas repercutiu no Brasil e no Mundo. E desencadeou uma série de ações pelo país para proteger o consumidor contra más práticas na venda de carnes e derivados. Na Serra não foi diferente.
Com início na última terça (21), uma ação do Procon municipal apertou na fiscalização e apreendeu até ontem (quinta, 23), 93 kg de produtos impróprios para o consumo. A ação aconteceu em açougues de supermercados. O órgão disse que os estabelecimentos podem ser multados, mas não revelou quais são.
O diretor do Procon da Serra, Sérgio Meneghelli, falou sobre a ação. “Intensificamos a fiscalização, e os locais que foram averiguados são os açougues dos supermercados. No primeiro dia foram apreendidos 50 quilos, seguido de 37 no segundo dia e 6 kg ontem”, detalha.
Ele explica e pede aos clientes que fiquem atentos aos prazos de validade e também ao aspecto das carnes. “O cliente tem de ser criterioso, observar se tem algum problema. Principalmente nas promoções. Encontradas carnes fora da validade ou com aspecto e cheiros ruins, é importante denunciar. Agora, se for algo esporádico, como uma única peça, às vezes é melhor dialogar com o próprio estabelecimento”, orienta.
Para o Secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, considera que a maneira como a Polícia Federal comunicou os casos a nível nacional não foi adequada e acabou penalizando a grande maioria dos produtores, que não tiveram problema.
“Existem duas inspeções, a federal com Ministério da Agricultura e da estadual que é o Idaf (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo). Então em todos os produtos, os consumidores vão encontrar quem faz a inspeção do mesmo. Tivemos problemas em 21 estabelecimentos, de mais de 4, 8 mil existentes no Brasil, ou seja, meio por cento estão com possíveis irregularidades. Então não existe problema com a carne produzida no Brasil, somos o maior produtor de carne do mundo”, frisa.
Em todo o estado do Espírito Santo são cinco estabelecimentos de abate registrados no Serviço Federal, 19 no Serviço Estadual. O comércio em cada município, assim como as distribuidoras de carnes e casas atacadistas, está sob a fiscalização da Vigilância Sanitária Municipal.
Porém, segundo o Diretor do Procon local, Sérgio Meneghelli, na Serra toda a fiscalização é feita pelo Estado. Aqui as ações acontecem apenas nos estabelecimentos que vendem ao consumidor final, como a que aconteceu esta semana.
A nível nacional a fiscalização nos abatedouros, entrepostos de carnes e fábricas de produtos cárneos é feita pelos órgãos de Serviço de Inspeção Oficiais: SIF – Serviço de Inspeção Federal; SIE – Serviço de Inspeção Estadual e, em alguns casos, pelo Serviço de Inspeção Municipal – SIM.