A música relaxa e, para algumas pessoas, essa arte vai muito além disso. Traz conhecimento, amor, orgulho e inclusão social.
Pelo menos esses são os sentimentos que movem o professor de música Cláudio Luiz Antunes, que atua na tradicional banda da Serra, a Estrela dos Artistas, tanto como maestro como professor de música para crianças e adolescentes.
Capixaba da gema, Cláudio, nascido em 1969, conta que veio morar na Serra Sede quando ainda era bem pequeno e que mora até hoje no mesmo local.
Na Banda Estrela dos Artistas, com o afastamento do maestro Anthistenes Loureiro, por motivo de doença, Cláudio foi convidado pelo então maestro Galbo Benedicto Nascimento no final dos anos 80 a lecionar música na instituição. “Tive também a satisfação de reger em alguns momentos. Essa experiência foi crucial para que eu, definitivamente, decidisse a minha carreira profissional”.
No final de 2008, Cláudio se tornou o maestro da banda, na qual continua até hoje, segundo ele “com muito orgulho e dedicação”.
A Sociedade Musical Estrela dos Artistas foi fundada em 1º de julho de 1967 e, desde então, mantém seu propósito filantrópico de ensinar música, sendo uma das instituições mais antigas dedicadas ao ensino de música no município. “Desde que comecei a lecionar música na banda, acredito que tenha ministrado para mais de 600 alunos; e contando com os alunos da época de banda marcial, posso contabilizar mais de 1.000 jovens e crianças, bem como vários adultos também”.
Como professor graduado em música pela Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) e com a experiência de tocar em bandas musicais e marciais, Cláudio criou a habilidade de ensinar vários instrumentos de sopro, como tuba, saxofone, clarinete, trompete, trombone, bombardino e percussão de modo geral.
Cláudio conta que desde o primeiro contado com a arte não teve dúvidas do seu poder e da força envolvente que a música possui. “Ela é capaz de seduzir, comover, remeter os seres humanos ao mais profundo estado de reflexão. Os músicos se socializam permitindo que instituições como as corporações musicais tornem-se um ambiente ímpar de inclusão social”.
O contato de Cláudio com a música começou quando tinha entre nove e dez anos. “Foi com o Maestro Antísthenes Loureiro. Meu pai Zosminho, como era conhecido na Serra, era um grande admirador da música, principalmente de bandas de música, em especial a Banda da Serra. Ele também tocava instrumento de sopro, gaita harmônica e flauta transversal que ele mesmo fazia com canos de PVC”, conta.
Cláudio também fez parte da banda marcial da “Escola Serrana”, na qual tocou corneta. Nas décadas de 1980 e 90, participou de vários encontros, como o do “circo da cultura” e eventos cívicos municipais. “Naquela época, no Espirito Santo, tínhamos magníficas bandas. Na Serra, destaco a Banda Marcial de Nova Almeida do maestro Wilson e a Banda Marcial da Escola Serrana do professor José Carlos de Miranda Filho”.
Claudio alerta que é preciso atentar os governantes para a importância dessas instituições. “Sem o devido apoio e reconhecimento do poder público para a manutenção das mesmas, é impossível subsistir; por isso muitas, muitas corporações musicais do nosso estado fecharam suas portas, causando um imenso e irreparável prejuízo cultural, deixando, dessa forma, de revelar grandes talentos dessa incomparável arte”.