Professores da Serra também aderiram a greve geral contra os cortes do Governo Bolsonaro na área da educação. Os trabalhadores se uniram na manhã desta quarta-feira (15) em frente a Assembleia Legislativa, em Vitória. Os manifestantes ficaram algumas horas no espaço com faixas e cartazes e às 16h30 vão se unir na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
Por volta de 12h, os manifestantes deixaram o local para almoço e descanso, mas prometem voltar para os outros dois pontos citados acima para participar junto com os estudantes dos atos. Nesta quarta-feira (15), estudantes e profissionais da educação de todo o Brasil estão se mobilizando contra a decisão do governo.
A movimentação conta com apoio de diversas uniões estudantis, sindicatos e associações que defendem a área educacional. A primeira convocação para a greve geral foi feita pela União Nacional dos Estudantes (UNE) que afirmou que o atual governo “quer destruir as universidades” e com isso convocou todos os estudantes brasileiros para se mobilizarem contra o corte do Ministério da Educação que irá atingir as universidades e institutos federais.
Aline de Oliveira Vieira, professora de Educação Física, é uma das profissionais que apoia a greve geral. “É importante salientar que as manifestações de hoje se respaldam principalmente naquilo que é a base da política social: que é a educação. Hoje o governo que assumiu mostra nesses quatro meses o descompromisso dele na educação, ao contrário inclusive das suas promessas de campanha. As manifestações não são partidárias, aquilo que está escrito nas bandeiras é greve dos trabalhadores da educação pelos sucessivos ataques deste governo a educação, principalmente pelos constantes cortes que ele vem fazendo”, afirma.
Na Serra, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes-Serra) é uma das responsáveis por movimentar os alunos para a greve aqui no ES. O ponto de encontro será na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). A manifestação deve ocorrer às 16h. Logo após o encontro, os manifestantes devem seguir rumo ao Palácio Anchieta. Harley Brito é um dos organizadores do ato. “Nós do Umes estamos ajudando a construir esse movimento, mobilizando os estudantes da Serra para participarem do ato unificado”, afirma.
Gabriel Perdigão Walcher também participará das manifestações ao longo do dia de hoje. Ele comentou sobre os cortes do Governo Federal e criticou as medidas. “Enquanto estudante, vejo estas medidas totalmente incabíveis e rodeadas de mentiras, pois dizem que há um “gasto” enorme com educação, sendo que enquanto estudante, e cidadão ativo nas pautas sociais vejo a educação como investimento necessário, direito nosso e dever do estado. Após anunciar o corte de mais de 30% das universidades públicas alegando priorizar o ensino básico, o governo tira R$ 2,4 bilhões da educação de base. Sendo no mínimo contraditório em seu discurso”, disse.
Ifes da Serra é afetado por cortes e pode fechar as portas
Um das instituições afetadas com a decisão do Governo Bolsonaro, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de Manguinhos, só terá verba para funcionar até setembro deste ano. A estimativa da administração do Campus serrano diz que após essa data, o instituto poderá fechar as portas já que não terá como pagar contratos de serviços essenciais para o funcionamento da unidade como segurança, limpeza, água, luz, entre outros gastos.
“A gente já estava trabalhando no mínimo. Quando vem um corte desse de 30% vamos ter que tirar mais ainda para se adequar. Um exemplo é um aumento na conta de energia ou na conta de água que pode acontecer. Nós temos uma estimativa. Chego até setembro e depois eu não tenho da onde tirar mais (dinheiro)”, alerta o diretor de administração e planejamento do Ifes de Manguinhos, Emerson Atílio o Campus Serra.
Entenda os cortes do Governo Bolsonaro
Toda a polêmica dos cortes do Governo Bolsonaro começou quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que iria cortar 30% das universidades federais que estariam, segundo ele, provendo “balbúrdia”. “Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”, disse o ministro
Na ocasião, o ministro acusou de promover “balbúrdia” a UnB (Universidade de Brasília), UFBA (Universidade Federal da Bahia) e UFF (Universidade Federal Fluminense) e os cortes seriam apenas nessas instituições.
Após a polêmica gerada e acusações de perseguição contra as instituições, o Ministério da Educação disse que não realizaria o corte apenas nas universidades que “promoveriam balbúrdia”, mas que o contingenciamento seria em todos os institutos federais e universidades.
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