Após a polêmica envolvendo a suposta participação de profissionais da Educação da Serra na distribuição de merenda durante o recesso escolar de julho, a Prefeitura da Serra se pronunciou oficialmente e garantiu que os professores contratados, assim como os efetivos, terão direito às férias. A informação foi concedida com exclusividade ao Jornal TEMPO NOVO, na manhã desta quinta-feira (14), pela secretária de Educação do Município, Fabiana Negreli.
Conforme informado anteriormente, a Sedu da Serra anunciou que irá distribuir merenda para os estudantes mesmo durante o recesso escolar, que ocorre do dia 18 até o dia 22 de julho. A informação, no entanto, foi mal interpretada pelos professores contratados, que acabaram acreditando que perderiam o período de descanso para poderem ajudar na organização da ação social.
Essa informação, porém, não procede, de acordo com a secretária Fabiana Negreli. Em conversa com a reportagem, a titular da pasta explicou que em momento algum foi informado por parte do Município que os DTs (professores em designação temporária) seriam obrigados a participarem da distribuição de merenda.
De acordo com a secretária, os professores contratados – ao contrário dos efetivos – não possuem amparo na lei para desfrutar do recesso de julho. Porém, com o intuito de valorizar a categoria e ofertar o período de descanso, a secretaria está preparando uma autorização especial, que será publicada nos próximos dias, para permitir o afastamento destes profissionais.
“Nós precisamos esclarecer que os professores contratados possuem o mesmo direito às férias do que um trabalhador CLT, ou seja, 30 dias. Por isso, pela lei, eles não deveriam ficar afastados das escolas no recesso de julho. Mesmo assim, está sendo preparada uma autorização especial, que deve ser publicada em breve, ofertando esse descanso”, anunciou Negreli.
A secretária ainda afirmou que houve um mal-entendido na categoria. “Os professores não terão que cozinhar, fazer merenda ou participar da distribuição. Não há nada de diferente no recesso. As escolas vão continuar fazendo aquilo que já é realizado no dia a dia: merendeiras vão preparar o alimento. Os coordenadores e outros funcionários, que já ficam na escola, durante o recesso, irão participar da organização; os professores não”, esclareceu.
“Perdemos o foco do assunto principal”, desabafa secretária
Ainda em conversa com o TEMPO NOVO, Fabiana Negreli afirmou que ficou muito triste ao perceber que a ação principal foi deixada de lado no meio da polêmica. “Eu entendo a preocupação da categoria, mas a gente nunca planejou isso. Eu assumo que fiquei chateada por perceber que isso tirou o foco do assunto principal, que é a manutenção da merenda nas férias neste período tão conturbado que o nosso Brasil vive”, afirmou.
Ainda segundo Fabiana, a intenção principal é não deixar a insegurança alimentar atingir as crianças estudantes da Serra.
“A intenção desta ação é contribuir com a redução da insegurança alimentar em que se encontra uma parcela grande de nossa população mantendo a oferta de uma porção diária equilibrada, com nutrientes adequados ao desenvolvimento físico e cognitivo das crianças e estudantes de nossa rede, o que sem dúvida, em acordo com estudos já publicados, contribui para o processo de aprendizagem. Agradeço de forma especial também à equipe da Sedu que está engajada e comprometida com essa ação”, finaliza.
Editorial: Tempo Novo reitera compromisso com a Educação da Serra
Durante os seus 38 anos de existência, o Jornal TEMPO NOVO sempre esteve presente no dia a dia dos profissionais de Educação da Serra. O principal e maior veículo de comunicação do Município sempre atuou, junto aos professores, na luta por direitos e cobrança de melhorias por parte do poder público. Prova disso é a participação massiva da categoria na audiência do jornal, desde a época do impresso até agora, no formato 100% digital.
Essa atuação, porém, foi esquecida por grande parte dos profissionais após a veiculação da reportagem: “Professores da Serra reclamam de merenda nas férias para alunos: ‘queremos descansar’”. Centenas de professores questionaram a forma que o assunto foi tratado no título e no texto da matéria.
Alguns momentos de atuação deste jornal junto aos professores podem e devem ser lembrados. Mais recentemente, no ano de 2021, os profissionais procuraram o TN para cobrar a abertura de processo seletivo na área da Educação. A redação atendeu o pedido imediatamente e insistiu no tema por mais de três meses, até que o Município anunciasse a abertura.
Logo depois, houve uma grande preocupação por parte dos contratados que temiam perder seus contratos de trabalho. Outra vez, a redação foi procurada e auxiliou na cobrança da manutenção dos contratados em virtude da pandemia da Covid-19. O pedido da categoria ganhou voz nas páginas virtuais do jornal e foi atendido pela Prefeitura da Serra.
O Tempo Novo entende que, de fato, todo e qualquer leitor tem o direito de questionar uma publicação e deixar sua crítica, afinal isso faz parte da democracia. No entanto, esclarece que em nenhum momento houve a intenção de denegrir e atacar uma categoria tão importante como a da Educação. Isso nunca fez e não fará parte da linha editorial deste veículo.
Como um veículo que tem compromisso com a democracia e garantia plena da liberdade de imprensa, o conteúdo será mantido no ar da forma que foi publicado, sem nenhuma alteração. Mesmo assim, atendendo a categoria, o jornal procurou a Secretaria Municipal de Educação para que o tema fosse esclarecido da forma mais objetiva possível e trouxe as respostas na matéria lida acima.
