Com mais de 40 anos, a escola Aristóbulo Barbosa Leão (ABL) tem passado por tempos difíceis nos últimos anos. Se não bastassem as obras da escola paralisadas desde 2014, e os problemas enfrentados todos os dias por alunos e profissionais no prédio alugado, professores da escola entraram na Assembleia Legislativa com uma denúncia de perseguição e assédio moral por parte da direção do ABL.
Em um documento ao qual o TEMPO NOVO teve acesso, profissionais da escola – que não serão identificados nesta matéria – denunciam que as perseguições feitas pela direção do Aristóbulo já causaram até afastamento médico de professores da escola. Os denunciantes ainda reclamam da “postura autoritária” da gestão da unidade de ensino e afirmam que isso já causou diversos constrangimentos com funcionários, dos professores até os profissionais da limpeza.
No documento, os profissionais ainda denunciaram que a direção da escola chegou a utilizar um grupo de WhatsApp para desmoralizar uma professora, ação que chegou a gerar a criação de uma ocorrência contra a profissional que executou o ato.
Uma fonte ouvida pela reportagem ainda afirma que o Aristóbulo passa por um “desmonte” com a diminuição de turmas, o que pode levar a um possível fim da escola no futuro. Tema que também foi denunciado no documento endereçado aos deputados.
Segundo o profissional, nos anos de 2018 e 2019, foi notado um esvaziamento da escola, principalmente no turno vespertino, onde, em 2018, foram apenas 14 turmas e, em 2019, o ano letivo foi iniciado com 06 turmas fechadas, tendo aumentado para 09 até meados de fevereiro.
O suposto desmonte do Aristóbulo foi noticiado em primeira mão pelo TEMPO NOVO em fevereiro deste ano, quando profissionais e alunos da escola já vinham se queixando da questão. A fonte ouvida pela reportagem relatou que, após a matéria ser divulgada, uma aluna que foi citada na matéria sofreu retaliações na unidade por conta das denúncias.
Na ocasião, a Secretaria Estadual de Educação não quis se manifestar sobre o suposto desmonte e informou apenas que as vagas (para novos alunos) foram disponibilizadas durante o período da Chamada Pública Escolar e que a “procura pela unidade de ensino foi pequena”.
A nova denuncia foi protocolada na Comissão de Educação da Assembleia, presidia pelo deputado Vandinho Leite (PSDB). Em um trecho do documento, os denunciantes afirmam que existem provas que estavam sendo negadas vagas para novos alunos que quisessem estudar no ABL. “Temos inclusive como prova (áudio em CD), uma gravação de um cidadão que ligou para a secretaria da escola à procura de vagas, no dia 05/02/2019, e a resposta da funcionária que o atendeu foi, mais uma vez, que não tinha vagas”, diz um trecho da denúncia.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação, que disse, por meio da assessoria de comunicação, que a Sedu irá apurar as denúncias, mas que “até o momento não identificou abuso de autoridade, mas, sim, cumprimento de atribuições”. A Secretaria ainda afirmou que não procede a informação de negar vagas e que, havendo demandas, a unidade de ensino irá atender. Sobre o suposto desmonte, a Sedu novamente não se pronunciou.