Com maior número de mortos pela pandemia de coronavírus no ES (11 até esta segunda-feira) e com a 2ª maior quantidade de casos que testaram positivo para o vírus (288), a Serra segue exemplo de outros locais mais afetados e adota medidas rígidas para os rituais de velório e sepultamento nos seis cemitérios municipais.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Prefeitura da Serra informou que está proibido fazer velório nas capelas mortuárias caso o falecimento tenha ocorrido por conta da covid-19.
Mas também criou restrições para mortes por outras causas. Neste caso, o velório deve durar, no máximo, quatro horas. E apenas 10 pessoas podem entrar na capela mortuária. A Prefeitura acrescenta que os funcionários dos cemitérios receberam equipamentos de proteção individual para os procedimentos funerários durante a pandemia.
Os seis cemitérios municipais estão distribuídos nos bairros Carapina Grande, Jacaraípe, Nova Almeida, Pitanga, Santo Antônio (Serra Sede) e São Domingos. A cidade ainda possui um cemitério privado no Civit II, que tem inclusive estrutura para cremação de corpos. Manguinhos também tem um cemitério, mas este é de menor porte e administrado pela comunidade local.
Município não dá números de sepultamentos
A Serra é o município de maior população do Espírito Santo e na cidade está o principal hospital para tratamento da doença provocada pelo novo coronavírus, o Jayme Santos Neves, localizado em Morada de Laranjeiras.
Questionada sobre a capacidade diária de enterros em seu território, caso haja crescimento exponencial de mortes por conta da pandemia, o município não números. Por nota, a Prefeitura da Serra se resumiu a informar que faz abertura de novas covas de acordo com a necessidade do município.
Disse ainda que “para que toda população da Serra tenha direito e acesso às vagas de sepulturas nos cemitérios municipais, após o período de quatro anos é realizada a exumação e transferência para ossuários”.
Exército questiona cidades do RJ e ES sobre capacidade diária de enterros
O Comando Conjunto Leste do Exército Brasileiro, que abrange Rio de Janeiro e Espírito Santo, solicitou a municípios dos dois estados qual a capacidade diária para fazerem enterros, temendo agravamento de crise sanitária caso haja mortandade massiva pela covid-19 e corpos fiquem acumulados à espera de enterro e/ou cremação.
Até a última sexta-feira (17), a Prefeitura da Serra não havia recebido a solicitação, segundo a assessoria de imprensa. A reportagem entrou em contato com o Exército para saber quais cidades capixabas foram acionadas para passar os dados. Mas o Exército não deu essa informação.
Também por nota, o Exército disse apenas que fez o pedido para planejar sua atuação em cenários hipotéticos com objetivo de minimizar os efeitos da pandemia junto à sociedade.
Confira a íntegra da nota enviada pela instituição das Forças Armadas:
“O Comando Conjunto Leste, ativado pelo Ministério da Defesa no contexto do emprego das Forças Armadas contra a Covid-19, planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos, visando mitigar os efeitos nocivos da pandemia junto à sociedade.
O documento em pauta tem como objetivo tão somente coletar dados para um dos cenários levantados. O Comando Conjunto Leste reitera seu empenho no combate à pandemia, em colaboração com outras agências, e possui órgãos de coordenação onde eventuais dúvidas podem ser sanadas, evitando-se levar informações distorcidas à população.
Por fim, o Comando Conjunto Leste está atento à evolução da pandemia do Coronavírus (Covid-19), sob a ótica da missão constitucional do Exército Brasileiro e da proteção da Família Militar, apoiando o esforço nacional de combate à pandemia.”