Divirta-se na Serra

Projeto Badu apresenta espetáculo de dança afro-brasileira nas ruínas do Queimado

O espetáculo será aberto ao público e terá a participação de 23 adolescentes que fazem parte do projeto desenvolvido pela Estação Conhecimento Serra. Foto: Divulgação

O Projeto Badu – Grupo de Dança realiza uma apresentação especial no próximo sábado (02), às 15h, nas ruínas de São José do Queimado, na Serra. Intitulado “IIAO”, o espetáculo será aberto ao público e terá a participação de 23 adolescentes que fazem parte do projeto desenvolvido pela Estação Conhecimento Serra, em parceria com o Fundo Municipal da Infância e Adolescência da Serra.

Com direção artística da coreógrafa Rapha Mel e direção musical do músico percussionista Léo de Paula, o espetáculo “IIAO” vai abordar os temas da ancestralidade e resgate cultural a partir da representação cênica da Revolta do Queimado, ocorrida em 1849, quando negros escravizados se rebelaram por não receber a alforria prometida pela construção da Igreja de São José do Queimado. Liderada por nomes Chico Prego, João Monteiro (“João da Viúva”) e Elisiário Rangel, a insurreição tornou-se um marco da luta dos escravos pela liberdade no Espírito Santo.

Educadora social de dança do Projeto Badu da Estação Conhecimento Serra, onde ministra oficinas de dança, Rapha Mel explica que o título do espetáculo, no dialeto africano yorubá, simboliza a junção das iniciais dos quatro elementos naturais que serão representados na performance: Terra (Ilê), Fogo (Iná), Ar (Afefe) e Água (Omi). “Performaremos a essência de cada elemento para falar sobre a Revolta de São José do Queimado, entre os quais ‘A construção e suas raízes’ (Terra), ‘fúria e revolta’ (fogo), ‘liberdade’ (ar) e ‘a volta para casa’ (água), representando o ponto de chegada e o de partida”, adianta a coreógrafa, responsável pela idealização e o roteiro do espetáculo.

Diretor musical do espetáculo “IIAO” e professor do Grupo de Percussão do Projeto Vale Música Espírito Santo, Léo de Paula observa que a apresentação contará exclusivamente com instrumentos de percussão relacionados ao universo afro-brasileiro. “O arsenal de instrumentos é composto por tambores diversos como atabaques, timbal, djembê e tambor de congo, e por instrumentos melódico-percussivos, entre os quais a marimba, handpan e rav-vast. Teremos também percussão complementar com efeitos da natureza e muitos outros sons interessantes. São mais de 20 instrumentos presentes”, destaca. “São ritmos, melodias e texturas que têm referências da musicalidade sagrada afro-brasileira, além do vigor festivo de manifestações negras representativas”, complementa o músico.

Marco

Para a diretora da Estação Conhecimento Serra, Ana Angélica Motta, a escolha das ruínas de São José do Queimado como cenário da apresentação se deve ao aspecto histórico e simbólico do local. “As ruínas de São José do Queimado representam um marco para a história da Serra. Sua escolha como sede desse espetáculo do Projeto Badu se deve à sua representação para o movimento de resistência do povo negro na Serra e no Espírito Santo”, afirma.

  • Programe-se:

Espetáculo “IIAO”, com o Projeto Badu – Grupo de Dança

Quando: 02 de abril (sábado)

Horário: 15h

Local: Ruínas da Igreja de São José do Queimado, no Sítio Histórico de São José do Queimado, no município da Serra

Duração: 60 minutos

Participação do Grupo – ACAPOEIRA de Manguinhos

Entrada franca

Realização: Estação Conhecimento Serra

Apoio: Fundo Municipal da Infância e Adolescência de Serra e Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra

 Roteiro:

Abertura

Grupo ACAPOEIRA de Manguinhos

Cena 1 – Ilê (Terra)

Solo: Celebrando a Terra

Coreografia e Música: Celebrando a Terra

Coreografia grupo: Raízes

Música: Serpente

Cena 2 – Ina (Fogo)

Duo Congueando

Coreografia grupo: Inflame

Música: Xirê

Cena 3 – Afefe (Ar)

Solo: Acalanto dos Ventos

Coreografia e Música: Acalanto dos Ventos

Coreografia grupo: Brisa

Música: Agô

Cena 4 – Omi (Água)

Solo – Desaguar

Música: Ipuã

Coreografia: MARejar

Música- Das Águas

Encerramento: Reverence

 Ficha técnica:

Projeto Badu – Grupo de Dança

Bailarinos:

 Coreografia – Raízes:

Emanuelly Monteiro Arcanjo

Gabriely Lima Barcelos

Sofhya Carolynna M. da Silva

Lavínia Gomes Silva

Tiffany Goulart Rocha

Agatha Govea

Coreógrafa: Rapha Mel

Coreografia: Inflame

Beatriz Hamdam de Jesus

Isabel Ronqueti Lino

Gabrielly de Freitas Conterini Coelho

Lívia Gouvea

Deborah Viana

Deivid Kauã Silva Santos

Julia da Silva Gonçalves

Marianne Andréia dos Santos Brandão

Gabrielly dos Santos Froz

Nathalia de Oliveira

Coreógrafa: Rapha Mel

Coreografia: Brisa

Isabel Ronqueti Lino

Gabrielly de Freitas Conterini Coelho

Gisely de Freitas Coelho

Luiza Pissinatti Pacheco Celeste

Niangrid Dos Santos Silva

Coreógrafa: Rapha Mel

Coreografia: MARejar

Gabrielly de Freitas Conterini Coelho

Gisely de Freitas Coelho

Leticia Danieli da Costa Santos

Lavínia Gomes Silva

Emilly Alves Quadra

Beatriz Hamdam de Jesus

Amanda Estefane Souza

Náthaly Stephania Prates gomes

Rafaelly Alexandrino da Silva

Sofhya Carolynna Moreira Da Silva

Gabrielly dos Santos Froz

Coreógrafa: Rapha Mel

Solos e Duos Convidados

Coreografia e Performance Celebrando a Terra – Jadson Titânio

Duos Acalanto dos Ventos e Desaguar – Rapha Mel e Léo de Paula

Coreógrafa e Performer: Rapha Mel

Músico: Léo de Paula

Duo Congueando – Léo de Paula e Jadson Titânio

Coreógrafo e performer: Jadson Titânio

Músico: Léo de Paula

Diretora artística: Rapha Mel

Direção Musical, Regência e Composição*: Léo de Paula

*Das Águas, Acalanto dos Ventos e Celebrando a Terra em parceria com Ekaterina Bessmertnova

Cantora Solista Convidada: Ekaterina Bessmertnova

Bailarino Solista Convidado:  Jadson Titânio

 Grupo de Percussão Vale Música:

Carlos Henrique Ferreira Santana

Ramon Cosvosk Brais Ribeiro

Bruna Leite Barbosa

Wagner de Souza Silva

Israel Cardoso da Conceição

Camilly Victória Bernardes Costa

  • Sobre o Projeto Badu:

 O Projeto Badu – Grupo de Dança foi lançado pela Estação Conhecimento Serra em 2021, com o objetivo de estimular o protagonismo dos seus usuários por meio da manifestação artística e da expressão corporal. O público-alvo é formado por adolescentes de 12 a 17 anos que moram no município de Serra e têm interesse em assimilar conhecimentos teóricos e práticos de dança. Inicialmente as oficinas eram aplicadas de forma online, em função dos protocolos de prevenção à Covid-19. Atualmente o projeto conta com 72 participantes, divididos em turmas de manhã e à tarde, com atividades realizadas três vezes por semana, nas instalações da Estação Conhecimento de Serra.

Em novembro do ano passado, o grupo fez uma participação no evento de lançamento do CD do professor de Percussão do Vale Música Espírito Santo, Léo de Paula, “Grão: Território Percussivo”, no Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas (Mucane).

A diretora da Estação Conhecimento Serra, Ana Angélica Motta, observa que o Projeto Badu é fruto de uma demanda dos adolescentes nas discussões sobre diversidade e gênero. “Entre essas demandas destacam-se principalmente o debate sobre racismo e as questões relacionadas à expressão e relações com o corpo. Por isso a escolha do nome, que tem muito significado neste contexto”, pontua Ana, lembrando que Badu, no vocabulário africano, significa “criança que continua evoluindo, visando preservar a criança interior, trazendo em seu significado alguém forte e poderoso”.

  • Sobre a Estação Conhecimento Serra:

Criada por iniciativa da Fundação Vale, a Estação Conhecimento Serra é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que atua desde 2011 na promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes, em parceria com a Vale e a Prefeitura Municipal de Serra, compondo a rede socioassistencial. Atualmente a instituição atende a cerca de 1300 beneficiários diretos.  O objetivo é contribuir para o desenvolvimento integral do indivíduo, integrado com as comunidades, deixando um legado de conhecimento sistematizado para as futuras gerações, por meio de atividades de esporte, cultura e profissionalização.

Redação Jornal Tempo Novo

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