Com um mercado essencialmente masculino, a cervejaria ainda encontra obstáculos para inserção de mulheres nesse setor. A proprietária de uma das cervejaria mais renomadas da Serra conta ao Tempo Novo qual a solução encontrada para driblar esse cenário.
Uma das únicas mulheres a estar no mercado de cervejaria da Serra, Anne Sanches é proprietária, junto com o marido, da cervejaria Wild West. “Acredito que não deva ter sido a primeira a entrar no mercado, mas acredito que sou a primeira a estar desenvolvendo realmente esse trabalho (produção de cerveja) e a frente de um negócio dito masculino”.
Desde que conheceu o marido, a empresária foi inserida no mercado de cervejaria. “Ele já trabalha com cervejas desde 2015 e eu tinha um outro empreendimento completamente diferente do que hoje fazemos. Aos poucos comecei a acompanhá-lo em eventos e produção de cerveja, criando e participando em um ambiente completamente novo pra mim, o que foi super interessante”.
Imediatamente quando surgiu a ideia de se unir ao marido, também nos negócios. “Tenho muito apoio do Jean (marido) e nesse período que estamos juntos, ele me apoia completamente sobre o que estou fazendo e desenvolvendo”, revela Anne Sanches.
“Hoje digo que não trabalho, me divirto, pois gosto tanto do que faço que não meço esforços pra ir adiante e agregar no mercado cervejeiro da Serra e do Estado”, afirma a empresária.
Constante aprimoramento
Atualmente, como diretora financeira da Associação de Cervejeiros do Espírito Santo, Anne explica que deseja participar também da parte técnica do processo de fabricação de cerveja da sua empresa. “Além de entender do processo de produção de cervejas, precisamos aprender a utilizar também o equipamento cervejeiro, coisa que já estou finalizando com o Jean e em breve, assumo 100%”.
“Hoje estamos mais empenhados em colocar o nosso nome entre as melhores do município, mas não descarto voos mais altos, já que dominamos o processo e já tivemos cerveja entre as melhores do Brasil”, destaca a empresária.
Desta forma, segundo a proprietária, o objetivo a partir do ano é participar dos concursos de cervejas mais importantes a nível estadual, nacional e internacional.
Mercado difícil para mulheres
Constantemente, a falta de mão de obra para o mercado cervejeiro volta como pauta na associação, como detalha a proprietária. “Juntamente com a associação e os associados, é discutido que precisamos desenvolver profissionais para estarem atuando em nossa área, pois hoje está muito difícil de encontrar profissionais empenhados no nosso segmento”.
Sobretudo, mulheres. A ideia de inserir mulheres no mercado cervejeiro através de um curso partiu de Anne. “Recentemente quando fiz um curso de capacitação, off Flavors da cerveja, fui a única que acertou todas as atividades, onde a maioria eram homens e com bastante experiência em cervejas”.
“Sempre trabalhei com mulheres e vejo a dificuldade de inclusão e estabilidade, além da falta delas nesse mercado”, explica Anne sanches.
Um dos principais motivos para a falta de mulheres no mercado das cervejarias é o preconceito, conforme destaca a empresária. “Conheço algumas que já chegaram e se foram e muito mais que ainda sofre no preconceito. Mas me inspiro muito em mulheres que fazem sucesso nesse mercado e as acompanho e trocamos experiências”.