A proibição da música ao vivo nos bares do Nico e Brasil, o primeiro em Morada de Laranjeiras e o segundo em Solar de Laranjeiras, gerou reação dos músicos da cidade. Hoje à noite eles se reúnem para fazer um protesto. Será no Bar Brasil a partir das 20h e 30. O movimento, que recebeu o nome Sexta Sem SilêncioUnplugged (100% desplugado), será aberto ao público, sem cobrança de couvert artístico.
Quem for ao local assistirá a uma jam session com instrumentos, tambores e vozes, tudo na versão acústica, sem caixas de som. O movimento está sendo organizado pela cantora Suzi Martins.
“Estamos solidários aos donos de bares e restaurantes que oferecem música ao vivo e estão sendo impedidos de continuar. Isso está prejudicando também a classe artística e a vida noturna da Serra”, aponta.
O embargo dos bares foi feito pela Secretaria de Meio Ambiente (Semma), por meio do Disque Silêncio, que notificou o Bar Brasil no dia 17 de agosto e o Bar do Nico, no dia 14. E a Prefeitura da Serra promete não parar por aí. Segundo sua assessoria de imprensa, a Semma estará fiscalizando todos os estabelecimentos da cidade que oferecem música ao vivo.
Redução
Dono do Bar Brasil, o empresário Márcio Brasil disse que dos doze garçons que trabalham no local, sete foram dispensados. Na cozinha, de seis cozinheiras, apenas quatro continuam. “Sem contar com os músicos. Tínhamos dez bandas que tocavam no bar, elas perderam esse espaço. Todos dependemos da noite para sobreviver”, frisa.
Brasil disse que está com advogado e promete acionar a Justiça. “Eles querem transformar a Serra no dormitório da Grande Vitória”, critica.
Empresário diz já ter cumprido exigências
Já Antônio Rabi, dono do Bar do Nico, reclama que já deu entrada nos papeis e ainda não conseguiu a liberação. “Quero a liberação, nem que seja provisória.
Pessoas dependem deste trabalho para sustentar suas famílias. Já dispensei três garçons. Na cozinha estou mantendo duas cozinheiras, quando eram quatro. Os músicos também são muito prejudicados, entre dez e doze bandas deixaram de tocar aqui”, enumera.
Questionada, a assessoria de comunicação da Serra disse que os proprietários dos estabelecimentos precisam requerer junto à Prefeitura o licenciamento ambiental para exercer atividade de música ao vivo. Quanto ao procedimento de tratamento acústico, disse que cada caso é um caso.